Metrópoles - 19/12/2019
Eles teriam pago cerca de R$ 85 mil para garantir a
aprovação no certame e tido acesso aos gabaritos das provas
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) exonerou, nesta
quinta-feira (19/12/2019), cinco servidores envolvidos em fraudes no concurso
de técnico judiciário realizado pela Corte em 2015.
A demissão, segundo informou a assessoria do STJ ao
Metrópoles, decorre de processo administrativo. De acordo com a Corte, “a
administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de
legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos”.
Os servidores começaram a ser investigados na 4ª fase da
Operação Panoptes, em dezembro do ano passado, deflagrada pela Polícia Civil do
DF. Segundo a PCDF, funcionários do STJ teriam pago grandes quantias de
dinheiro para garantir a aprovação no certame e tido acesso aos gabaritos das
provas. Cada um teria desembolsado cerca de 85 mil. O salário base do cargo é
de R$ 8,5 mil mensais. A operação foi deflagrada a partir de suspeitas levantadas
pelo corpo técnico do tribunal, que levou em conta o baixo desempenho de
servidores aprovados no concurso.
Foram exonerados três servidores e duas servidoras. Os nomes
não foram divulgados pela Corte.
Operação Panoptes
Em 28 de março do ano passado, a PCDF deflagrou a terceira
fase da Operação Panoptes. Os alvos eram candidatos beneficiados pelas supostas
fraudes em concurso da Secretaria de Educação. Entre eles, seis professores e
servidores da pasta que teriam conseguido aprovação em processos seletivos de
forma irregular, pagando para serem beneficiados pelo esquema. Segundo a PCDF,
aprovados em pelo menos outros 10 concursos foram investigados.
Durante as investigações da Panoptes (referência ao monstro
da mitologia que tinha 100 olhos), a PCDF identificou pelo menos três modus
operandi da quadrilha. O grupo agia com a utilização de pontos eletrônicos e
uso de identidades falsas para que outras pessoas fizessem a prova no lugar dos
inscritos, além de celulares.
O grupo também mantinha infiltrados em bancas organizadoras
de concursos, que preenchiam as provas com o gabarito correto, favorecendo
candidatos. Eles pagavam até 20 vezes o valor do salário que...
Leia a íntegra em STJ exonera cinco servidores que fraudaram concurso em 2015