BSPF - 15/01/2020
Guedes cita Reagan e Thatcher e diz: 'Servidor pedir aumento
é ato de insensatez'
'Acho que seria do interesse do funcionalismo não criar
muita onda agora', afirmou ministro da Economia
Brasília - Ao comentar a possível mobilização do
funcionalismo por aumentos salariais, o ministro da Economia, Paulo Guedes,
criticou a iniciativa e disse que ela poderá se voltar contra o movimento.
"Qualquer onda do funcionalismo para pedir aumento de salário agora, mais
privilégios, seria uma demonstração colossal de insensatez", afirmou, em
entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.
"Com 40 milhões de brasileiros sem carteira assinada,
acredito que, se isso ocorrer, poderá levar a opinião pública a exigir medidas
muito mais duras do que as que nós vamos propor para os funcionários atuais na
reforma administrativa. Estamos poupando o funcionalismo na questão da
estabilidade e não estamos falando nada de salários atuais."
Em resposta a pergunta sobre um possível amolecimento de
Bolsonaro com a pressão dos servidores, Guedes disse acreditar que "ele
sabe a diferença entre um presidente forte e popular, como Ronald Reagan
(ex-presidente americano) e a ex-primeira ministra (britânica) Margaret
Thatcher, e um populista e fraco, como João Goulart".
Nos últimos 15 anos, segundo Guedes, o funcionalismo federal
teve mais de 50% de aumento real (acima da inflação) nos salários, enquanto o
Brasil mergulhou no desemprego em massa. "São pessoas que têm estabilidade
no emprego, privilégios na aposentadoria. Acho que seria do interesse do
funcionalismo não criar muita onda agora."
(Estadão Conteúdo)
Fonte: Jornal O Dia