BSPF - 15/01/2020
Servidores cobram aumento da coparticipação do governo em
planos de saúde para 50% do desembolso
Reivindicação (para que o governo pague 50% da contribuição)
está entre prioridades da campanha salarial que será lançada no próximo dia 12.
Com salários congelados por mais de dois anos, federais reclamam do aumento de
12,54% anunciado pela Geap (maior operadora de planos de saúde do
funcionalismo) a partir do mês que vem, sem que o reajuste tenha sido sequer
discutido. O aumento de 12,54% é superior ao de 7,35% aprovado pela ANS para
planos familiares individuais
Surpreendidos com um aumento de 12,54% anunciado pela
Geap-Saúde, servidores devem ampliar a pressão para que o governo aumente a
coparticipação em planos de saúde. Essa é uma das pautas prioritárias da
Campanha Salarial 2020 da categoria que deve ser lançada no próximo dia 12 de
fevereiro. Hoje, o governo arca com em média 20% dos valores mensais pagos aos
planos de autogestão. Com salários congelados por mais de dois anos, muitos
servidores já tiveram que abandonar os planos. O impacto maior está justamente
na faixa etária acima dos 60 anos que abrange grande parte dos associados.
A crise nos planos de autogestão não é recente, informam os
servidores. Há anos a Condsef/Fenadsef e suas entidades filiadas lutam para que
o governo amplie os valores da contrapartida pagas aos planos, não só Geap, mas
também Capsaúde e outros. “Aumentos abusivos e problemas na cobertura desses
planos são alvo constante de críticas por parte dos servidores que, apesar de
arcar com em média 80% das receitas dos planos de autogestão, não são os que
têm poder de minerva em votações nos conselhos administrativo e financeiro dos
planos que fica a cargo de indicados pelo governo”, informa em nota as entidades.
Para encontrar consensos nesse cenário, a Condsef/Fenadsef,
reforçam, sempre buscou negociar e dialogar de forma permanente com as
empresas, mas sobre o aumento anunciado agora pela Geap não foram procuradas
pela empresa. Ao Jornal Extra, o secretário-geral da Confederação comentou a
situação. “Não tivemos negociação, isso (o reajuste) não foi discutido com a
representação. Os servidores estão com o salário congelado há praticamente três
anos e, com esse aumento, fica insustentável para um funcionário arcar com essa
despesa para si próprio mais seus dependentes. Esse é um dos temas que vamos
debater na volta do Congresso (que está em recesso). Queremos que o governo
coloque em lei o subsídio de 50% do plano de saúde”, disse. O aumento de 12,54%
é superior ao de 7,35% aprovado pela ANS para planos familiares individuais.
Correção extra
A Geap Autogestão em Saúde (a maior rede de assistência aos
servidores públicos federais) vai aplicar um reajuste de 12,54% a seus planos
de saúde, a partir de fevereiro. A operadora publicou em seu site que o aumento
está de acordo com a legislação vigente, exigida pela Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS). A correção vai afetar os planos Geap Referência, Geap
Essencial, Geap Clássico, Geap Família Saúde I e II.
Segundo a operadora, o percentual é fruto de estudo
atuarial, que contempla as despesas apuradas em 2019 e as projeções para o
próximo período. A análise também levou em consideração fatores como o aumento
das despesas médico-hospitalares em decorrência da inflação médica, que tem
sido maior do que a indicada pelo IPCA (índice oficial da inflação do país); a
ampliação do rol mínimo de procedimentos obrigatórios estabelecidos pela ANS; e
a frequência de utilização das coberturas.
Reajuste de 33%
Além do aumento na coparticipação do governo nos planos de
saúde, entidades reunidas no Fonasefe, fórum nacional que representa o conjunto
dos servidores federais, do qual a Condsef/Fenadsef faz parte, estão
mobilizadas em torno de outras demandas que unificam a categoria nessa Campanha
Salarial. A pauta completa será protocolada junto ao governo e as entidades vão
cobrar uma audiência no Ministério da Economia para apresentar os pedidos mais
urgentes do setor público. A categoria, inclusive, reivindica um reajuste de
33%, mesmo índice do ano passado, sendo 31% de perdas pela inflação e 2% de
ganho real.
Unidos na construção do Dia Nacional de Paralisação,
Mobilização, Protesto e Greves, marcado para 18 de março, os servidores não
descartam também adesão a uma greve. Depois de empregados da Casa da Moeda
ocuparem o prédio após ameaças de demissão e privatização do órgão, os
empregados dos Correios também já articulam um movimento paredista.
A mobilização nos Correios está sendo motivada por ataques
justamente ao plano de saúde da categoria. Contrariando determinação do TST, a
ECT quer aumentar de 30% para 50% a coparticipação dos trabalhadores no custeio
do plano. “Os empregados dos Correios de modo legítimo estão pleiteando manter
sua coparticipação em 30% enquanto a empresa quer subir para 50% enquanto que
esse é o percentual que nós federais estamos reivindicando ao governo, o que
não se trata de nenhuma demanda absurda, ao contrário, é o mínimo”, apontou
Sérgio Ronaldo da Silva.
Fonte: Blog do Servidor