BSPF - 12/02/2020
A declaração do ministro da Economia, Paulo Guedes, que se
referiu a servidores públicos como “parasitas” foi alvo de pronunciamentos de
deputados da oposição e da base governista no Plenário da Câmara nesta
terça-feira (11).
Ao defender a reforma administrativa na última sexta-feira
(7), Guedes comparou a relação entre os servidores e o Estado a uma relação de
hospedeiro e parasita. “O hospedeiro está morrendo, o cara virou um parasita, o
dinheiro não chega no povo e ele quer aumento automático, não dá mais”. No
mesmo dia, porém, ele divulgou nota em que declarou reconhecer a qualidade
elevada dos quadros de servidores públicos.
Parlamentares de oposição, no entanto, criticaram o ministro
de forma incisiva. O deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS) afirmou que os
servidores são fundamentais para as políticas públicas. “Se parasitas existem,
são os banqueiros, do que o ministro Guedes entende muito. São os que levam
metade da riqueza deste País”, afirmou.
O deputado Alencar Santana Braga (PT-SP) destacou que a fila
na concessão dos benefícios do INSS é resultado da falta de servidor público.
“Parasitas são aqueles que estão na Esplanada e não resolvem os problemas do
dia a dia do povo, seja gerando emprego, seja investindo na educação e no
serviço público em geral”, disse.
O deputado Darcísio Perondi (MDB-RS) minimizou a polêmica e
ressaltou que Paulo Guedes já se desculpou pelas declarações. “O ministro
Guedes é empolgado, ele se emociona, é entusiasmado. Ele reconhece, em nota,
que usou o termo parasita, mas que o termo foi tirado do contexto”, disse.
Perondi destacou a “humildade” do ministro de pedir desculpas.
A líder da Minoria, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ),
afirmou que Guedes só pediu desculpas “porque a repercussão da fala foi
péssima”. “Mas o que ele disse, ele disse. Ele acusou genericamente os
servidores públicos de parasitas, sim!”, criticou.
Já o deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) disse que as
declarações de Guedes foram distorcidas e descontextualizadas “de uma forma
extremamente maldosa”. E que o ministro se referiu apenas aos que “realmente
parasitam a estrutura do Estado, pedindo reajustes automáticos, não servindo à
sociedade como devem fazer e fazem a maioria dos servidores públicos, mas
servindo-se a si próprios”.
Fonte: Agência Câmara Notícias