BSPF - 19/02/2020
O presidente Jair Bolsonaro está fazendo as últimas
avaliações sobre o projeto para a reforma administrativa. Caso acate as
sugestões da equipe econômica, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que
será encaminhada à Câmara pegará servidores dos Três Poderes.
Técnicos da equipe econômica explicam que, até bem pouco
tempo, o consenso era de que servidores do Legislativo e do Judiciário não
seriam alcançados pela reforma. Mas se decidiu por inclui-los no projeto que
foi entregue ao presidente.
Os técnicos reconhecem, porém, que será difícil a reforma
atingir plenamente os servidores do Legislativo e do Judiciário, mas o
importante é que servirá de parâmetro para que os dois Poderes possam adequar
suas regras às vigentes no Executivo depois de aprovados os ajustes. Juízes e
deputados devem ficar de fora de qualquer mudança.
Bom exemplo
A equipe de Paulo Guedes diz que todos os servidores
deveriam entrar na reforma administrativa, mesmo magistrados e parlamentares,
de forma a dar um bom exemplo à nação, de que não se está mantendo privilégios.
Se é para acabar com vantagens, que elas acabem para todos.
O problema é que a política está falando mais alto. E não se
sabe até que ponto Bolsonaro está disposto a comprar a reforma por completo.
Estrategicamente, a equipe de Guedes tratou alguns pontos da reforma de forma
genérica, para que possam sem regulamentados por lei.
A reforma administrativa, asseguram assessores de Guedes, só
avançou nos últimos dias, depois da pressão do ministro, que demonstrou ao
presidente todo o seu descontentamento com a demora para o andamento de ajustes
necessários na máquina pública. Por isso, Bolsonaro falou que Guedes ficará no
cargo até o final do governo, mesmo sem ter sido questionado sobre o tema.
A torcida no Ministério da Economia é para que Bolsonaro
interfira o menos possível no projeto de reforma administrativa, para que a PEC
possa ser encaminhada rapidamente ao Legislativo. Os investidores estão
ansiosos para que Paulo Guedes dê demonstração de força. A visão é de que ele
está tendo as mãos atadas pela política. E isso é ruim para a economia.
Fonte: Blog do Vicente