Correio Braziliense - 26/12/2020
É grande a expectativa de mudança na equipe ministerial nos
primeiros meses do ano. Eleição no Congresso e situação econômica são fatores
imediatos, mas a conjugação de forças políticas para 2022 também entra nos
cálculos do Planalto
Na tentativa de aglutinar apoio no Congresso e pavimentar o
caminho para a reeleição, o presidente Jair Bolsonaro deverá mudar a cara da
Esplanada. O presidente não conseguirá fugir de, ao menos, uma minireforma
ministerial, já que é desejo do chefe do Executivo emplacar nomes no comando
das duas Casas legislativas a partir de fevereiro de 2021, medida essencial
para o governo levar à frente sua agenda nos últimos anos de mandato.
Embora negue a prática de distribuição de cargos do governo em troca de apoio político, Bolsonaro necessita do apoio do Centrão, que também faturou nas eleições municipais. As concessões de maior calibre e a questão da definição da base política do governo poderão ocorrer no começo de março, caso o candidato preferido do governo ao pleito, Arthur Lira (PP-AL), saia eleito na Câmara. Entre as pastas cobiçadas, estão as que possuem maiores orçamentos, como o Ministério da Saúde, chefiado por Eduardo Pazuello; o da Cidadania, de Onyx Lorenzoni e o da Educação, Milton Ribeiro.
Apesar de Bolsonaro já ter se adiantado, afirmando que não
abrirá mão de Ernesto Araújo, no Itamaraty, e de Ricardo Salles, no Meio
Ambiente, as pastas também estão na mira. A saída deles é vista como um sinal
de diálogo à comunidade internacional, nas áreas ambientais e de política
externa.
No mais alto escalão do governo, ainda se ventila, nos
bastidores, a transferência do ministro da Secretaria de Governo, general Luiz
Eduardo Ramos, para o posto da Secretaria-Geral da Presidência, com a ida de
Jorge Oliveira para o TCU em janeiro. Já os ministérios de Paulo Guedes, Tereza
Cristina, Tarcísio Freitas, Fernando Azevedo, General Augusto Heleno, Braga
Netto, Fábio Faria e Rogério Marinho devem ficar de...
Leia a íntegra em De olho no Congresso e em 2022, Bolsonaro deve promover reforma ministerial