Rosana Hessel
Correio Braziliense
- 20/07/2012
Servidores esperam propostas até o fim deste mês para
garantir benefícios a partir de 2013
O governo sinalizou ontem a sindicalistas que apresentará
propostas de reajuste ao longo de três anos para servidores públicos federais.
Os trabalhadores esperam as ofertas até o fim do mês para que elas possam ser discutidas antes de 31 de agosto, quando termina o prazo para a conclusão do projeto orçamentário de 2013. “Até agora, só houve para os professores, e eles vão fazer uma contraproposta. Mas é preciso que o debate seja feito com as outras categorias”, afirmou o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas.
Os trabalhadores esperam as ofertas até o fim do mês para que elas possam ser discutidas antes de 31 de agosto, quando termina o prazo para a conclusão do projeto orçamentário de 2013. “Até agora, só houve para os professores, e eles vão fazer uma contraproposta. Mas é preciso que o debate seja feito com as outras categorias”, afirmou o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas.
O sindicalista foi recebido no fim da tarde pelo ministro da
Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e pelo ministro da
Educação, Aloizio Mercadante, no Palácio do Planalto. Freitas sugeriu a criação
de um canal permanente de negociação dos contratos coletivos e de longo prazo.
No entanto, ele demonstrou frustração com o argumento do Executivo de que a
instabilidade econômica mundial tem proporções maiores do que a de 2008 e de
que o Planalto quer fomentar o crescimento do mercado interno para sair da
turbulência sem desconstruir a atual política econômica. “Entendemos essa
crise, mas afirmamos que ela não é culpa dos trabalhadores”, disse.
O governo, todavia, avisou que cada ministério receberá as
lideranças das categorias em greve e explicará que, no momento, não há espaço
no Orçamento do ano que vempara atender a fatura de R$ 92,2 bilhões — quase a
metade da folha atual. Além disso, informou que os servidores de braços
cruzados terão de arcar com o corte no ponto pelos dias parados. Sem falar que
a paralisação em mês de férias vem sendo malvista no Planalto.
Segundo Freitas, a “radicalização” do Planalto, como o corte
do ponto, apenas prejudica as negociações com os servidores. No entanto, o
sindicalista descartou a possibilidade de uma greve geral em agosto. “Por ora,
não temos isso em discussão”, afirmou.
Outra prioridade
O discurso do governo tende a continuar rígido, uma vez que
a prioridade é corrigir os salários das categorias mais defasadas, como os dos
militares. A presidente Dilma Rousseff e a ministra do Planejamento, Miriam
Belchior, falaram sobre o assunto ontem pouco antes da cerimônia de lançamento
do PAC Mobilidade para as cidades médias. No fim da tarde, elas voltaram a se
reunir, mas, certamente, não foi para discutir o balanço do Programa Aceleração
do Crescimento, que será apresentado no próximo dia 26.
A crise internacional tem afetado a economia do país, que
deverá crescer menos da metade dos 4% previstos pelo Ministério da Fazenda.
Preservar os empregos do setor privado, portanto, é uma das prioridades da
presidente e o governo vem lembrando que os servidores tiveram vários reajustes
durante a gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.