Correio Braziliense -
29/08/2012
O governo está convencido de que o Poder Judiciário criará
dificuldades para aprovar a proposta de reajuste de 15,8% dividido entre 2013 e
2015, já ratificada pelo Legislativo e por 90% do funcionalismo do Executivo.
Segundo técnicos do Ministério do Planejamento, apesar de uma ampla rodada de negociação, os representantes dos trabalhadores se mostraram relutantes e insistiram em aumento de até 56%, que custaria, se aprovado, quase R$ 8 bilhões por ano aos cofres públicos.
Segundo técnicos do Ministério do Planejamento, apesar de uma ampla rodada de negociação, os representantes dos trabalhadores se mostraram relutantes e insistiram em aumento de até 56%, que custaria, se aprovado, quase R$ 8 bilhões por ano aos cofres públicos.
“Não há a menor possibilidade de atendermos a esse pleito”,
disse um dos envolvidos nas conversas. “O Judiciário está completamente fora da
realidade. Não se trata de ser duro. Estamos em um momento de crise, em que
todos têm de dar a sua cota de sacrifício”, acrescentou.
Em conversas com a presidente Dilma Rousseff, a ministra do
Planejamento, Miriam Belchior, têm expressado o seu descontentamento com as
dificuldades criadas pelo Judiciário, que está em greve, prejudicando muitos
serviços à população.
“O governo abriu as
portas do Planejamento, atendeu ao pedido do ministro do Supremo Tribunal
Federal (STF), Ayres Britto, para que houvesse uma negociação, mas tem imperado
o radicalismo por parte dos sindicalistas”, acrescentou um integrante da equipe
econômica. “Sinceramente, o prazo que demos para eles se esgotou. Daqui por
diante, seremos nós a criar dificuldades”, assinalou.
Ontem, os servidores do Judiciário voltaram a fazer tumulto
na Praça dos Três Poderes. Em frente ao Supremo, cerca de 500 manifestantes,
segundo as contas da Polícia Militar, cobraram uma ação mais firme de Ayres
Britto em favor da categoria.
“O governo está nos oferecendo o mesmo que para outras categorias que estão menos tempo sem reajuste. Não temos aumento desde 2006”, reclamou Jailton Assis, coordenador de Administração e Finanças do Sindicato dos Servidores do Judiciário no Distrito Federal (Sindjus-DF).
“O governo está nos oferecendo o mesmo que para outras categorias que estão menos tempo sem reajuste. Não temos aumento desde 2006”, reclamou Jailton Assis, coordenador de Administração e Finanças do Sindicato dos Servidores do Judiciário no Distrito Federal (Sindjus-DF).
Adesão maior
O movimento grevista do Judiciário, ao contrário do que
aconteceu com os servidores do Executivo, tomou força e teve adesões. Pela
primeira vez , em 11 anos, os trabalhadores da Justiça Federal de Sergipe
entraram em greve. Segundo o presidente do Sindicato dos Servidores do
Judiciário (Sindjuf-SE), José Pacheco, 60% dos 800 servidores estão de braços
cruzados. Além da autonomia orçamentária, os grevistas querem aumento superior
a 33% nos salários.