BSPF - 30/06/2015
O Fórum dos Servidores Públicos Federais, em reunião
ampliada no último domingo, em Brasília, rejeitou por unanimidade a proposta
salarial de 21,3%, em quatro anos, apresentada na quinta-feira pelo governo.
Líderes sindicais de 31 entidades correm contra o tempo para submeter a
recomendação às bases e definir novas atividades conjuntas para a campanha
salarial de 2015, até 7 de julho, quando voltam a se encontrar com o secretário
de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça. "A
proposta é inaceitável", assinalou Rogério Antonio Expedito, diretor da
Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef),
que representa 80% do funcionalismo.
Nem a reivindicação de 27,3%, percentual linear estimado em
março pelo Fórum, atualmente seria suficiente. Diante da alta do custo de vida,
o mínimo aceitável segundo lideranças sindicais seria 33%. "O governo fala
meia-verdade quando diz que todas as carreiras tiveram reajuste acima da
inflação", reclamou. Em 2008, o ex-presidente Lula concedeu índices que
compensaram a política restritiva do antecessor, Fernando Henrique Cardoso.
"Mas o pessoal do Plano Geral de Cargos do Poder Executivo (PGPE)
continuou prejudicado pela criação da gratificação por produtividade de
FHC", destacou o diretor da Condsef. Ele também criticou a política
salarial do primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff. "Ela não tapou
o buraco com aqueles 15,8%, em três anos", disse.
O Fórum decidiu, também, apoiar as greves dos servidores da
Educação e da Justiça; articular protestos conjuntos no dia 7 de julho;
organizar a marcha dos servidores públicos federais em Brasília, na segunda
quinzena do mês que vem; cobrar apoio das centrais sindicais e de
parlamentares; criar um comando nacional de mobilização e de greve; e reunir as
assessorias jurídicas das entidades para preparar estratégias contra as medidas
que o governo poderá tomar contra a greve, caso ocorram.
Os advogados públicos federais se reuniram com deputados do
PT para tentar pressionar o Executivo. Há mais de três meses, eles reivindicam
reestruturação de carreira e melhores condições de trabalho. Bruno Fortes,
presidente da Associação Nacional dos Advogados da União (Anauni) contou que,
na última reunião com o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, pelo menos
dois itens ficaram acertados: os honorários de sucumbência (pagamento feito
pela parte que perdeu a ação) seriam repassados (hoje ficam com a União) e a
categoria teria tratamento diferenciado."
"Hoje, um advogado federal ganha em torno de R$ 17,3
mil no início, enquanto outras carreiras equivalentes começam com R$ 30 mil. Se
vingar a pressão por reajuste entre 56% e 78% aos servidores do Judiciário, uma
carreira de apoio passará a ganhar mais que um advogado. Isso dá uma revolta
imensa. Ela (Dilma) não teve coragem de enfrentrar o Judciário e o MPU. Mas o
que não pode é permitir que esse fosso se aprofunde ainda mais", disse
Fortes.
Com informações do Correio Braziliense