Ponto do Servidor - Freddy Charlson Jornal de Brasília - 17/03/2010
Depois dos professores, os servidores. Reunidos em assembleia na Praça Chico Mendes, ontem de manhã, os servidores técnicos da Universidade de Brasília resolveram entrar em greve. A decisão reforça a paralisação dos professores pelo pagamento integral da Unidade de Referência de Preços (URP) a todos os servidores da instituição. O pessoal da Segurança Patrimonial e do Hospital Universitário (HUB) trabalhará em cota mínima. Restaurante Universitário (RU) e Biblioteca Central (BCE) param a partir de hoje. Cerca de 500 servidores confirmaram a interrupção das atividades. O coordenador-geral do Sindicato dos Trabalhadores da Fundação UnB (Sintfub), Cosmo Balbino, afirmou que a greve será com força total e por tempo indeterminado. "Infelizmente, essa é a única ferramenta política para lutar contra um ministro (Paulo Bernardo, do Ministério do Planejamento) que não cumpre decisões da Justiça”, afirmou .
LUTA PARA EVITAR CORTE DE SALÁRIO
Cosmo Balbino se refere à liminar do TRF que obriga a continuidade do pagamento da URP aos funcionários, até segunda ordem da Corte. “A decisão saiu em 11 de março e foi protocolada nas secretarias de Recursos Humanos da UnB e do Ministério do Planejamento. A folha de pagamento com os valores da URP nos contracheques dos servidores será entregue pela UnB aoPlanejamento. O ministério tem até segunda-feira para homologar o documento e afastar as ameaças de corte de 26,05% dos salários.
SÓ HUB E SEGURANÇA CONTINUAM FUNCIONANDO
E com a decisão dos servidores, a comunidade universitária vai viver um marasmo só nos próximos dias. A comunidade externa também vai sofrer as consequências da paralisação. É que somente dois setores não vão parar totalmente. O HUB funcionará com 30% de sua força de trabalho, exigência mínima da Justiça para os serviços de saúde pública. Já a Segurança Patrimonial seguirá com 50% dos servidores na ativa. O coordenador-geral do SintFUB, Antônio Guedes, explicou que ambos os serviços não podem parar. É que é necessário proteger os bens da universidade e zelar pela saúde. Uma comissão do comando de greve vai analisar os casos isolados que necessitarem de algum serviço imprescindível. O Restaurante Universitário e a Biblioteca Central, considerados pontos estratégicos para os grevistas, também fecham as portas a partir de hoje.
220 PROFESSORES MANTÊM O MOVIMENTO
Não foram somente os servidores da UnB que fizeram assembleia ontem. Os profe s s o re s também se reuniram e optaram, por unanimidade, pela continuação e fortalecimento da greve. Aproximadamente 220 professores foram à assembleia, que teve o maior quorum do ano, segundo Flavio Botelho, presidente da Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (Adunb). A Adunb e o Sintub vão realizar na manhã desta sexta-feira, dia 19, uma manifestação em frente ao Ministério do Planejamento. Os professores e funcionários querem assegurar o pagamento da URP, cujo corte foi determinado pelo Planejamento no ano passado. Segundo o ministério, a URP não é uma gratificação, mas um índice econômico criado em 1987 para reajuste de preços e salários. A UnB alega que o pagamento é garantido por medida judicial e por isso é realizado mediante rubrica específica no Siape. .