Correio Braziliense
- 28/09/2011
Cerca de 800 servidores do Ministério Público da União (MPU)
engrossaram ontem a pressão contra o governo federal por reajustes salariais.
Em frente à Procuradoria-Geral da República (PGR), em Brasília, eles fizeram um
grande buzinaço e pediram a entrada do procurador-geral Roberto Gurgel nas
negociações por melhorias no contracheque. Eles querem que Gurgel trabalhe para
acelerar a aprovação do projeto de Lei nª 2199/11 no Congresso Nacional. Além
de prever aumentos entre 4,8% e 108%, a proposta altera o modelo remuneratório
dos funcionários.
Se o texto for aprovado, eles vão passar a ganhar por meio
de subsídio, pagamento único que absorve, além de vencimento básico e
gratificações, uma série de vantagens. Na prática, o sistema estabelece um
teto. Quem for antigo na carreira e tiver valores incorporados não perderá os
benefícios. Mas, se o saldo ultrapassar o limite, na hora dos reajustes, ele
fica com o salário congelado.
O pedido é para que o vencimento dos procuradores suba de R$
22,9 mil para R$ 24 mil. O salário dos técnicos, hoje entre R$ 3,95 mil e R$
6,35 mil, passaria para R$ 8.229 e R$ 12.572. Os analistas, por sua vez,
ganhariam R$ 12.960 no início e R$ 19,8 mil no fim da carreira. Hoje, a
remuneração é de R$ 6,5 mil e R$ 10,5 mil, respectivamente — aumentos entre 88%
e 99%. "Não temos condições de lutar contra a corrupção sem que haja
reajuste salarial", afirmou Anderson Machado, um dos diretores do
Sindicato Nacional dos Servidores do Ministério Público da União (Sinasempu).
Os servidores ameaçaram deflagrar uma greve em todo o Brasil caso as
negociações não avancem.
Machado observou que, enquanto no MPU um analista ganha R$
10,5 mil, na Câmara o salário chega a R$ 19 mil. "São diferenças
inaceitáveis", ressaltou.