Agência Brasil
- 03/07/2012
Rio de Janeiro – Um
grupo de servidores da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), ligada ao
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCT), promoveu hoje (3) um ato em
frente à sede do órgão para reivindicar melhores condições salariais. Em greve
há 16 dias, os servidores também se reuniram com o diretor de Gestão
Institucional da Cnen, Cristóvão Marinho.
Entre as reivindicações estão plano médico para os
servidores, cumprimento de acordos salariais de 2009 e melhores condições
trabalhistas, além do debate sobre uma possível divisão da comissão em outros
órgãos distintos. Segundo Jorge Coutinho, técnico e um dos representantes da categoria,
os resultados da reunião serão avaliados pelos trabalhadores na próxima
sexta-feira (6).
“Não tem por que dissolver uma empresa que funciona como um
todo. A Cnen hoje está envolvida em vários projetos. A gente não aceita [a
divisão] até por causa do potencial humano que será desperdiçado”, disse o
sindicalista, acrescentando que a comissão necessita de mais funcionários.
De acordo com o diretor Cristóvão Marinho, o debate sobre a
possibilidade de separação das atividades da comissão é antigo e está aberto
aos servidores. “Não há mais espaço para o Cnen se autorregular. Como é que a
acionista majoritária das indústrias nucleares do Brasil vai licenciar a si
mesma ? Há mais de 25 anos existe essa recomendação. O modelo se esgotou”,
disse o diretor.
Outra questão levantada pelos servidores é a baixa
capacidade de renovação do quadro de pessoal do órgão. O técnico Jorge Coutinho
aponta que a Cnen passa por um esvaziamento devido, segundo ele, às condições
de trabalho, ao arrocho salarial, à abertura de poucas vagas nos últimos
concursos e à saída de funcionários que se aposentam.
Em relação ao tema, o diretor Cristóvão Marinho disse que
“carreiras atrativas, carreiras mais interessantes tornam mais fácil a questão
da gestão de recursos humanos porque você consegue trazer para o quadro
trabalhadores mais preparados, que podem se dedicar integralmente às suas
funções”.
Dos cerca de 1,2 mil servidores do órgão no Rio de Janeiro,
90% aderiram ao movimento, informou o representante da categoria, Jorge
Coutinho. Segundo ele, as atividades básicas da comissão estão mantidas, como
produção de medicamentos (radiofármacos) e a fiscalização de equipamentos
radioativos, usados principalmente na área de saúde, e reatores nucleares.