Agência Senado
- 03/07/2012
O senador Cyro Miranda (PSDB-GO) criticou, nesta terça-feira
(3), duramente o governo federal pelos baixos salários pagos aos professores de
universidades públicas e pela descaso com a greve que já dura dois meses,
paralisando as instituições públicas de ensino superior.
- O ministro do Planejamento mudou a agenda de negociação e
apenas informou que não tinha tido tempo de estudar a proposta do movimento
[grevista]! Isso é um absurdo, depois de mais de 40 dias de greve! – afirmou.
O senador disse que a educação continua a ser negligenciada
pelo governo e destacou a necessidade do Congresso aprovar 10% de investimento
do PIB em educação.
- É um disparate que um professor com mestrado, doutorado e
pós-doutorado ganhe menos que a remuneração inicial de boa parte das carreiras
públicas do próprio Poder Executivo – criticou, observando ainda que o governo
paga bem abaixo do que o mercado paga.
O senador afirmou que sem ensino público de qualidade e
professores bem remunerados, “o Brasil jamais será um país cidadão”.
- Quando a escola não ensina, é o tráfico e o crime que
acabam por acolher nossas crianças.
Cyro disse ser lamentável que a profissão de professor
dificilmente atraia os formandos e citou dados que revelam que o Brasil ainda
tem 14 milhões de analfabetos.
- O número não é apenas preocupante. Trata-se de uma
vergonha para um país e para um governo que diz priorizar a área social – ressaltou.
Cyro Miranda revelou exemplos de países como a China e a
Coréia do Sul, que investiram maciçamente na educação e conseguiram “fervilhar”
suas economias. Ele destacou que o Brasil e a Coréia do Sul já foram países
bastante parecidos na década de 1960, mas que hoje existe um abismo que separa
as duas nações.
- A renda per capita do Brasil é hoje menos da metade da
coreana. Em suma, o Brasil ficou para trás e a Coréia largou em disparada. Por
que isso aconteceu? Porque a Coréia apostou no investimento ininterrupto e
maciço na educação e nós não – lamentou.