Academia de greves
Ari Cunha
Correio Braziliense - 26/08/2012
Há tanta gente parada que pode ser um universo do não fazer nada. Coisa boa não é. Serviços essenciais como segurança, saúde e educação tomam a linha de frente para apelar pelo convencimento do Planalto. Nada de democracia nas greves.
Quem quer trabalhar é impedido. O fato chama a atenção para a imposição de regra nova. Há democracia para greve e deve haver democracia para quem quer continuar na labuta. Está sendo estudada a possibilidade do corte do ponto. Seria útil evitar o pagamento, na visão popular, porque até quem não pode parar cruzou os braços.
Cidadão que paga impostos mostra insatisfação. Altos tributos deveriam dar aos cidadãos um nível melhor de educação, saúde e segurança, pelo menos. Um projeto do senador Randolfe Rodrigues susta o Decreto nº 7.777.
Esse documento, assinado pela presidente Dilma, toma medidas para a continuidade de atividades e serviços públicos dos órgãos e entidades da administração pública federal durante greves, paralisações ou operações de retardamento de procedimentos administrativos promovidas pelos servidores públicos federais.
O senador quer anular a iniciativa. Enquanto isso, a população aguarda os serviços que são dever do Estado até que a Terra saia outra vez do prumo.