Correio Braziliense
- 06/06/2013
Plano de saúde tem aumento de até 24,7% Sobrou, mais uma
vez, para o consumidor. Diante do prejuízo de R$ 37,2 milhões registrado pela
Fundação Assistencial dos Servidores do Ministério da Fazenda (Assefaz) em
2012, a operadora comunicou, nos últimos dias, aos seus mais de 96,2 mil beneficiários
que reajustará, a partir de 1º de julho, as mensalidades de todos os planos de
saúde comercializados. Os aumentos vão variar entre 17% e 24,7%, a depender do
tipo do plano: quanto mais abrangente, maior a correção.
A elevação nos preços faz parte de um conjunto de medidas
consideradas "antipáticas" pela direção do plano de saúde. Em 2012,
diante da alta dos gastos médico-hospitalares, a maior parte das operadoras de
autogestão (controladas pelos próprios beneficiários) entrou em situação
financeira delicada. Na Assefaz, os prejuízos passaram a ser uma constante já a
partir do segundo trimestre do ano. Em novembro, o rombo mensal chegou a R$ 4
milhões, resultado que a obrigou a promover uma radical restruturação
administrativa. Hoje, mesmo após um pesado arrocho nas contas da entidade, o
deficit acumulado no primeiro trimestre de 2013 é de cerca de R$ 2,7 milhões.
Além de tornar mais rigorosa a autorização para
procedimentos médicos, a Assefaz demitiu 170 funcionários, uma tentativa de
reduzir os gastos administrativos. Hoje, eles ainda consomem 19% do faturamento
da entidade, quando somado o que é desembolsado para manter a operação, os
clubes e os hotéis ligados à fundação em todo o país. Sem considerar a área
social, a despesa com a administração cai para 16,7%.
Mesmo esse número é considerado alto quando comparado ao de
outras entidades de autogestão, que, por não visarem o lucro, têm gastos
menores com publicidade e com a área comercial. Por essa razão, a Assefaz já
comunicou que levará adiante as medidas de arrocho, como a suspensão de
projetos de investimentos em centros de lazer e a redução de contratos com
prestadores de serviço, como limpeza, vigilância e colaboradores. "Só
manteremos o que for realmente imprescindível para que a casa continue
funcionando bem", avisou o presidente da operadora, Helio Bernades.
Atendimento
Outra medida classificada como "amarga" pelo
dirigente é tornar mais rígida a concessão de autorizações a procedimentos
médicos para os pacientes. "A Assefaz tinha um costume de liberar tudo,
até o que não era previsto no contrato do beneficiário. Mas decidimos reavaliar
isso", explicou. As medidas resultaram em uma maior demora na liberação
dos atendimentos, o que gerou muitas reclamações dos consumidores.
Ao Correio, funcionários do Ministério da Fazenda, que
correspondem a dois terços do quadro de beneficiários, alegaram que a
dificuldade em garantir os procedimentos nunca foi tão grande quanto agora. Uma
servidora que preferiu não ter o nome revelado disse ter passado por um grande
constrangimento. Prestes a ser operada, ela recebeu a informação do hospital de
que a Assefaz ainda não havia autorizado a cirurgia. "Foi uma humilhação
enorme e um tormento sem-fim", lamentou.
O plano, no entanto, refuta essa reclamação. "Quando o
paciente está em situação de emergência ou de urgência, nem precisa de
liberação do plano. Nesses casos, o procedimento é liberado e só depois é que
cuidamos do processo administrativo. Agora, se isso não estiver acontecendo, é
por alguma maldade dos hospitais, não nossa", explicou. Segundo o
dirigente, o atendimento da entidade só deverá estar normalizado apenas a
partir de julho.
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