BSPF - 14/10/2013
A professora Libânia Paes, especialista em saúde da Fundação
Getulio Vargas (FGV), pondera que a grande quantidade ...
A professora Libânia Paes, especialista em saúde da Fundação
Getulio Vargas (FGV), pondera que a grande quantidade de beneficiários
aposentados deve exigir das operadoras de autogestões uma reestruturação
gerencial para que fujam de um futuro colapso.
"No mercado, quando os planos de saúde têm muitas
pessoas com mais de 60 anos, eles começam a fazer campanha para atrair uma
população mais jovem e diluir o risco. As autogestões não têm como fazer isso,
elas não podem ir à rua vender, só têm como lidar com os funcionários da
empresa ou do órgão específico", pontua. Portanto, não há espaço para má
gestão, desvios ou superfaturamento de contratos, como está se vendo em muitos
casos.
Para a presidente da União Nacional das Instituições de
Autogestão em Saúde (Unidas), Denise Elói, a situação financeira de fundações
como a Geap, a Fassincra, o Sesef e a Assefaz é agravada pelo fato de o governo
autorizar os servidores a migrarem para planos privados. "Quando se é
jovem, o convênio tem um custo menor. Então, as operadoras do mercado oferecem
preços atrativos. À medida que a pessoa entra numa idade avançada e o plano
fica mais caro, a tendência é de o servidor volta para a autogestão",
pontua.
Logo, as carteiras desse tipo de planos costumam ser mais
velhas. "Por isso, a conta não fecha. O conceito de funcionamento dos
planos de saúde é baseado num pacto intergeracional", completa. Denise diz
ainda que o subsídio dado pelo governo às mensalidades dos servidores é baixo.
A União paga valores fixos que variam de R$ 82,83 a R$ 167,70 por pessoa, de
acordo com a idade do funcionário.
"O governo pratica valores inviáveis, e o servidor
acaba bancando entre 70% e 80% do custo total. É muito", afirma. Pelo
último levantamento do Ministério do Planejamento, divulgado pela Unidas, em 2011,
o gasto do governo com os planos de saúde foi de R$ 2,8 bilhões. (BN)
Sobrevida
A intervenção da Superintendência Nacional de Previdência
Complementar (Previc) na Fundação Geap, que deveria ter sido encerrada em
outubro, foi postergada para até o fim de novembro. O órgão explicou que
poderia renovar o processo por mais 180 dias, mas acredita que não será
necessário. Já a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) permanecerá na
direção do plano de saúde pelo menos até março do ano que vem.