BSPF - 12/06/2014
A presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), Wasmália Bivar, informou, em nota, que vai elaborar um
estudo com a participação do sindicato nacional de servidores do instituto, o
ASSIBGE-SN, para elevar os salários dos funcionários ao patamar das carreiras
dos órgãos do Ciclo de Gestão, como o Banco Central e o Ipea.
A valorização salarial é uma das principais bandeiras dos
servidores em greve. A paralisação dos trabalhos em unidades de vários estados
já dura duas semanas, e ameaça a divulgação de pesquisas como a Pnad Contínua,
a Pesquisa Mensal de Emprego e o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola.
A realização do estudo, que deve ficar pronto até o fim do
ano, foi acertada em uma reunião entre a direção do IBGE e representantes da
executiva nacional do sindicato, no fim da manhã desta terça-feira, 10. Na
nota, o IBGE comunicou que esse é o único ponto da pauta de reivindicações dos
grevistas em que há 100% de concordância entre a direção do órgão e o
sindicato.
Durante a reunião com o sindicato, Wasmália reiterou que, em
sua avaliação, a maioria dos seis pontos da pauta emergencial tem motivação
política. Mas "se comprometeu a tentar marcar, o mais brevemente possível,
uma reunião com a Secretaria de Relações do Trabalho (SRT), do Ministério do
Planejamento Orçamento e Gestão (MPOG), com as presenças da presidenta e da
ASSIBGE".
Entre as reivindicações dos grevistas que foram rebatidas na
nota do IBGE estão o pedido de plena autonomia técnica do órgão, o que a
direção considera já ser uma realidade, e a reversão dos cortes orçamentários,
que a presidente alega terem sido realizados "num contexto macroeconômico
restritivo que afeta todas as esferas do governo federal" e que atingiram
"unicamente a realização dos trabalhos de preparação para Contagem da
População".
Quanto ao pedido de realização de concursos públicos, a
direção informou que o órgão receberá 660 servidores em 2014 e que está
solicitando 1.044 vagas de nível médio e 520 de nível superior para 2015. Sobre
a equiparação salarial e de direitos entre servidores e trabalhadores
temporários, o IBGE argumenta não ser possível, uma vez que os servidores têm
mais atribuições e responsabilidades do que os temporários.
Quanto à reivindicação de um modelo de gestão mais
democrático, a direção do órgão manifestou que é a favor do preenchimento dos
cargos comissionados através de processo seletivo baseado no mérito.
Fonte: Estado de S. Paulo