Agência Brasil
- 19/06/2015
A greve dos professores das universidades federais completa
23 dias hoje (19), com a adesão de docentes de 31 das 63 universidades federais
e de um instituto federal, segundo balanço do Sindicato Nacional dos Docentes
de Instituições de Ensino Superior (Andes-SN). Na próxima terça-feira (23),
representantes dos professores participam de reunião no Ministério da Educação
(MEC). A greve foi iniciada no dia 28 de maio.
A última reunião dos docentes com o MEC para negociação
ocorreu no dia 22 de maio. De acordo com o Andes-SN, não houve respostas para a
pauta apresentada pela categoria, que inclui reestruturação da carreira,
valorização salarial, defesa do caráter público das universidades e melhores condições
de trabalho.
O presidente do sindicato, Paulo Rizzo, disse que a
expectativa dos docentes é ter resposta às propostas do movimento. “No dia 22
de maio, questionamos que não tinham respondido nossa pauta, e nossa
expectativa é que nesta reunião o MEC se pronuncie em relação à pauta de
reivindicações. Gostaríamos que trouxessem algo para que o movimento possa
avaliar.”
Na avaliação de Rizzo, os movimentos recentes do governo têm
sido no sentido de reduzir cada vez mais as verbas para a educação. “O que o
governo tem feito até agora é cortar Orçamento, verba. Foram cortados R$ 9,4
bilhões do orçamento da educação para ese ano”, disse.
Na pauta de reivindicações entregue ao MEC, os docentes
incluíram, por exemplo, piso remuneratório de R$ 2.784 para docente graduado em
regime de trabalho de 20 horas. Outros pontos são a ampliação da infraestrutura
das instituições, incluindo laboratórios e equipamentos e aplicação de 1,5% do
Produto Interno Bruto (PIB) em ciência e tecnologia.
Em nota divulgada no último dia 9, o Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão informou que uma contraproposta para as
instituições federais de ensino será apresentada até o fim deste mês. Essa
contraproposta faz parte do contexto das negociações feitas com o conjunto do funcionalismo
público, de acordo com o ministério.
Em audiência pública na semana passada, no Senado, o
ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, disse que a pasta está aberta ao
diálogo com os servidores. Quando foi deflagrada a greve, o MEC divulgou nota
criticando a decisão dos professores. Para o MEC, a paralisação só faria
sentido se estivessem esgotados os canais de negociação. Técnicos
administrativos de instituições públicas de ensino superior também estão em
greve.