Alessandra Horto e Hélio Almeida
O Dia - 01/08/2015
Os 655 mil militares das Forças Armadas vão ter reajuste salarial
acima dos 21,3% propostos pelo governo federal aos servidores do Executivo e
Judiciário. A afirmação foi feita ontem pelo ministro da Defesa, Jaques Wagner,
após palestra na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (Eceme), na Praia
Vermelha, no Rio. O chefe da pasta ainda adiantou que o pagamento pode ser
diferente para cada categoria e patentes, entre civis, praças e oficiais.
“A expansão da nossa folha de pagamento será, sem citar
número, superior a 21,3%”, disse o ministro, mas o reajuste não será
necessariamente linear, pode ser por segmentos”, disse o ministro. “Um pode ter
24%, outro 18%, por exemplo. Depende da defasagem salarial de cada patente ou
função e também da negociação de cada categoria junto ao Ministério do
Planejamento”, acrescentou Jaques Wagner.
O governo tem até este mês para acertar os índices de
aumento de todo o funcionalismo, que vão integrar a Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO) de 2016. O texto tem que ser votado até este mês pelo Congresso
Nacional. Jaques Wagner se comprometeu a enviar o projeto dentro do prazo. “Vou
me reunir com os comandantes das três Forças na próxima semana para discutir
como será essa redistribuição”, afirmou.
O reajuste dos militares terá que entrar em um Orçamento
ainda mais enxuto. O Ministério da Defesa sofreu um corte de R$ 300 milhões de
um total de R$ 8,47 bilhões no Poder Executivo. O decreto que atualizou o contingenciamento
orçamentário para 2015 foi publicado ontem no Diário Oficial da União.
O Ministério da Defesa informou que fará esforços para
replanejar os seus gastos para o ano vigente, com a finalidade de minimizar os
impactos sobre as suas atividades. “Os nossos projetos estratégicos não podem
sofrer descontinuidade. Podem reduzir a velocidade mas não vai parar”, destacou
nota da Defesa.