Agência Brasil
- 27/01/2016
A entrada da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares na
Universidade Federal Fluminense foi motivo de protesto na manhã de hoje (27).
Servidores da universidade protestaram pedindo que a concessão do Hospital
Universitário Antônio Pedro à Ebserh se dê após aprovação de um plebiscito e
acusaram a reitoria de não dialogar sobre o assunto.
Coordenadora do Sindicato de Trabalhadores da UFF (Sintuff),
Ligia Martins questiona os argumentos de que a empresa fará uma gestão melhor
do hospital: "O que justifica uma empresa gerir um hospital universitário?
Eles falam em má gestão, mas se a administração está errada, pode mudar o
gestor. Se o problema está na gestão, que se mude a gestão. Mas o problema é
concurso público. Faltam 700 trabalhadores no hospital", diz ela.
A entrada da empresa na universidade seria discutida em uma
reunião do Conselho Universitário marcada para hoje, mas o encontro não teve
córum suficiente, segundo Lígia. Os técnicos administrativos têm seis
representantes entre os cerca de 70 membros do conselho.
Entre os questionamentos que o sindicato faz à gestão da
Ebserh está a afirmação de que a universidade perderá autonomia, pois, segundo
eles, a empresa terá poder sobre as pesquisas que serão realizadas no hospital.
O sindicato também afirma que a Ebserh, por ser uma empresa pública, poderá
cobrar por serviços, o que a Ebserh nega. "Todos os atendimentos nos
hospitais administrados pela empresa pública são 100% gratuitos e realizados
pelo SUS", afirma a empresa.
Sobre o ensino e a pesquisa, a Ebserh afirma que atua na
organização e incentivo da pesquisa e que a autonomia universitária é
respeitada.
Criada em 2011 para gerir os hospitais universitários, a
Ebserh tem contrato com 37 unidades no país, e 12 não aderiram, entre eles a
UFF e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A empresa afirma que em
21 que são geridos há pelo menos dois anos, aumentou o número de leitos e de
vagas de residência médica.
A Agência Brasil não conseguiu entrar em contato com a UFF
ao longo do dia. O Ministério da Educação afirmou que apenas a Ebserh se
pronunciaria sobre o assunto.