Jornal da Câmara -
07/04/2016
Deputados e economistas defenderam mais investimentos em
infraestrutura e a redução da máquina pública como forma de impulsionar o
crescimento econômico do Brasil. O tema foi discutido em seminário realizado
ontem na Câmara. Durante o evento, promovido pela Câmara Brasileira da
Indústria da Construção (CBIC) em parceria com o Senai, os economistas Gil
Castello Branco, Cláudio Frischtak e Raul Velloso apresentaram estudos sobre o
gasto público no País e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do
governo federal.
Levantamento da Associação Contas Abertas, elaborado por Gil
Castello Branco, indica que o PAC se tornou objeto de ajuste fiscal, com
redução de investimentos. A participação do programa no Produto Interno Bruto
(PIB) caiu de 5,28% entre 2011-2014 para 4,26% no ano passado. Na mesma linha,
Cláudio Frischtak, da Inter.B Consultoria, afirmou que o Brasil investe muito
pouco em infraestrutura, uma média de 2,28% do PIB nos últimos anos. O ideal,
disse, seria investir pelo menos 3%. Orçamento - Relator do Orçamento de 2016 e
apoiador do seminário, o deputado Ricardo Barros (PPPR) defendeu maior previsão
orçamentária para o setor de infraestrutura.
“Propomos a desindexação e a
desvinculação total do orçamento para controlar a despesa. E, ao controlar,
haverá recursos para pagar os investimentos e os juros da dívida, que há três
anos o governo não paga”, acrescentou. Para Raul Velloso, o grande obstáculo ao
crescimento é o tamanho da folha de pagamento do governo federal, equivalente a
74% dos gastos da União. “É um gasto que cresce pelo menos 5% acima da
inflação”, disse. “Se a economia não crescer a 3,5%, 4% ao ano, não haverá
recurso para pagar essa conta. O resultado é crise fiscal.”
Parcerias
Velloso e
participantes do evento apontaram parcerias entre os setores público e privado
como possível solução para o problema do crescimento. “A infraestrutura é um
dos poucos setores em que você combina as duas esferas. Não tem como substituir
a oferta de serviços de infraestrutura por importações.”, Presidente da CBIC,
José Carlos Martins defendeu as PPPs, argumentando que o setor privado é mais
eficiente do que o público. “As parcerias atrairiam mais capital para a
infraestrutura e favoreceriam a fiscalização das empresas pela população.”