Agência Brasil
- 23/08/2016
A apreciação da proposta que reajusta salários dos ministros
do Supremo Tribunal Federal (STF) na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do
Senado ficou para depois da conclusão do processo de impeachment da presidenta
afastada Dilma Rousseff.
O texto eleva os subsídios mensais dos ministros em 16,38%,
dos atuais R$ 33,7 mil para R$ 36,7 mil a partir de 1º de junho de 2016,
passando a R$ 39,2 mil a partir de janeiro de 2017. A discussão foi
interrompida por um pedido de vistas coletivo – mais tempo para analisar a
proposta – encabeçado pelo senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO). A matéria volta
ser discutida na próxima reunião da CAE, em data ainda não definida.
Efeito cascata
Ao apresentar um relatório contrário à aprovação da matéria,
o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) mostrou preocupação especial com o reajuste
proposto para o Supremo, com reflexos em efeito cascata nos subsídios pagos a
todos os membros da magistratura federal a e estadual e ministros e
conselheiros dos tribunais de contas.
“O reajuste do subsídio do ministro do Supremo Tribunal
Federal resultará em um impacto bilionário nas contas públicas da União, dos
estados e dos municípios. A elevação dos subsídios dos ministros impacta
diretamente os subsídios da magistratura federal e dos ministros do Tribunal de
Contas da União, mas também eleva o teto de remuneração de todos os servidores
públicos federais e dos municípios. A partir da sua aprovação, abre-se a porta
para que sejam reajustados todos os demais salários no setor público, inclusive
os salários de deputados [federais , estaduais vereadores] e senadores”,
observou.
Estimativa da Consultoria de Orçamento do Senado aponta que
a aprovação do PLC nº 27, de 2016 poderá gerar um impacto financeiro anual
superior a R$ 4,5 bilhões. Apenas na União, a despesa estimada supera o R$ 1,21
bilhão devido à repercussão sobre os salários dos demais juízes federais,
ministros do TCU e elevação do teto do funcionalismo.
Já nos estados, apenas com a elevação dos subsídios da
magistratura estadual, estima-se um outro impacto anual superior a R$ 1,23
bilha o nas despesas de todos os estados. A elevação do teto para os estados
irá implicar em um custo adicional superior a R$ 1 bilhão.
Defensores Públicos
Já o reajuste para defensores públicos foi aprovado sem
dificuldade na CAE. A proposta segue em regime de urgência para votação no
plenário da Casa e caso aprovada passa a valer a partir de de 1º de janeiro de
2018.
Pela proposta, o defensor público-geral federal, chefe do
órgão, receberá um aumento de 8,6%, passando dos atuais R$ 31.090,85 para R$
33,783,00. Esse valor será efetivo apenas em 2018, e será atingido por meio de
quatro reajustes escalonados. Já os defensores públicos receberão aumentos,
igualmente escalonados, que oscilarão entre 42,4% e 67%. O valor final para os
três níveis de carreira do órgão também entrará em vigor em 2018.