BSPF - 10/09/2017
Diante dos consecutivos cortes na taxa básica de juros
(Selic) pelo Banco Central, o governo federal decidiu reduzir, pela segunda vez
neste ano, os juros máximos cobrados dos servidores federais nos empréstimos
consignados.
Portaria do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e
Gestão que sairá nos próximos baixará o teto dos juros nas operações de crédito com desconto em
folha de 2,20% ao mês para 2,05% mensais. Ao ano, as taxas cairão de até 29,8%
para 27,6%, uma baixa de 2,2 pontos percentuais. Na média, segundo o Banco
Central, as instituições estão cobrando 25,8% de juros ao ano em tal modalidade
de crédito.
Desde 2008, o teto dos juros era de 2,50% ao mês ou de 34,5%
ao ano. Em março de 2017, o limite máximo de cobrança permitido aos bancos nos
empréstimos cedeu para 2,20% mensais. (29,8% ao ano). A redução para 2,05% ao
mês (27,6% ao ano) representa, em termos anualizados, queda de quase sete
pontos percentuais.
Endividamento recorde
Pelos dados do Banco Central, os servidores encerraram julho
deste ano com endividamento recorde no crédito consignado. São R$ 173 bilhões
em débitos com os bancos. Somente neste ano, as dívidas cresceram R$ 5 bilhões,
ou seja, R$ 715,6 milhões, em média, por mês.
O Banco Central ressalta, porém, que o ritmo de crescimento
das dívidas de servidores por meio do consignado é o menor em muitos anos, de
apenas 3%. Até bem pouco tempo, os débitos aumentavam a dois dígitos. Isso
mostra que o funcionalismo público também botou o pé no freio nas dívidas ante
as incertezas da economia.
A tendência é de que os bancos também sejam mais
conservadores, uma vez que os servidores não terão os mesmos reajustes
salariais do passado, devido à crise fiscal que atormenta todas as unidades da
Federal. União, estados e municípios não comportam mais a ampliação da folha
com pessoal no Orçamento.
Desde que estouraram as crises fiscais no Rio de Janeiro e
no Rio Grande do Sul, os bancos ficaram reticentes em ampliar a oferta de
consignado aos servidores. Em vários momentos, os repasses das prestações foi
suspenso. Houve muitos servidores que entraram na lista de maus pagadores
porque os governos não honraram os compromissos com os credores.
Fonte: Blog do Vicente