Blog do Vicente
- 24/11/2017
Os servidores estão na mira do governo. Além de terem o
sistema de aposentadorias equiparado ao dos trabalhadores da iniciativa privada
dentro do projeto de reforma da Previdência e de verem o reajuste salarial
adiado, viram a contribuição para o regime previdenciário subir de 11% para
14%.
Na Esplanada dos Ministérios, o descontentamento dos
servidores é grande. Eles reconhecem que a situação fiscal do país é
gravíssima, mas reclamam que estão dando a maior cota de sacrifício dentro do
programa de ajuste das contas públicas. Alegam que o governo avançou demais
sobre seus ganhos.
O governo, por sua vez, argumenta que os servidores têm
privilégios demais quando comparados aos demais trabalhadores. E cita, como
exemplo, o rombo no Regime Próprio de Previdência (RPPS), no qual 1 milhão de
aposentados e pensionistas responde por um rombo de R$ 75 bilhões por ano,
quando, no Regime Geral (RGPS), 32 milhões de beneficiários provocam deficit de
R$ 150 bilhões.
Muito do arrocho imposto pelo governo aos servidores está
sob avaliação do Congresso. E a equipe econômica conta com a aprovação das
medidas para cumprir a meta fiscal de 2018, de deficit máximo de R$ 159
bilhões. Os parlamentares, porém, estão sendo convencidos pelos servidores a
brecarem o adiamento do reajuste de salários e o aumento da contribuição
previdenciária.