Jornal do Senado
- 24/11/2017
Servidores públicos criticaram ontem a proposta de reforma
da Previdência, em audiência pública sobre o tema na Comissão de Direitos
Humanos (CDH). O presidente Michel Temer apresentou na quarta-feira uma nova
versão da reforma. A intenção do governo é convencer a base no Congresso a
votar a proposta de emenda à Constituição ainda neste ano. O novo texto
endurece as regras de aposentadoria para servidores públicos. O tempo mínimo de
contribuição passa para 25 anos, enquanto os empregados do setor privado
precisariam cumprir 15 anos.
Para receber o valor total do benefício, todos devem somar
40 anos de contribuição. A idade mínima para a aposentadoria é de 65 anos para
homens e 62 anos para mulheres. O presidente da Associação Nacional dos
Auditores Fiscais da Receita (Anfip), Floriano de Sá Neto, disse que a nova
versão da reforma prejudica os servidores públicos. Ele afirmou que a intenção
do governo é entregar a previdência complementar do funcionalismo a bancos
privados. — É uma denúncia que fazemos. Esse é um dos objetivos não declarados
da reforma: municípios, estados e União vão passar mais dinheiro ainda para a
administração dos bancos. Não há nada de errado com a Previdência Social.
O presidente da Federação Nacional do Fisco Estadual e
Distrital, Charles Alcantara, disse que o governo demoniza os servidores e
privilegia o poder econômico. — Quem é privilegiado no Brasil? Não seriam os
sonegadores da Previdência, beneficiados por anistias? Diretora do Sindicato
Nacional dos Auditores-Fiscais do Trabalho, Rosângela Rassy disse que a
proposta é injusta com os servidores públicos. A presidente da Fundação Anfip
de Estudos da Seguridade Social, Maria Inez Rezende, avalia que a nova versão
da reforma da Previdência retira direitos de servidores que estão prestes a se
aposentar. O senador Paulo Paim (PT-RS) criticou a campanha do governo para
defender a aprovação da reforma. — É propaganda enganosa. É lavagem cerebral.