BSPF - 05/05/2018
A Associação Nacional dos Servidores Públicos da Previdência
e da Seguridade Social (Anasps) critica a má “má gestão dos administradores da
Geap”, maior operadora de planos de saúde do funcionalismo, e faz uma proposta
de parceria para solucionar os sérios problemas financeiros que motivaram a
intervenção da ANS. A Anasps questiona uma série de supostas irregularidades
expostas, inclusive, em cartas anônimas
No texto, a entidade, entre outros assuntos, pergunta como a
direção da Geap explica as “cláusulas de multas leoninas e milionárias em caso
de rescisão antecipada”; sobre pagamento de rescisão dos empregados contratados
com suposta “estabilidade” e acordo de dispensa amigável de R$ 1, 3 milhão; e
das diversas cartas com denúncias de pagamentos de acordos judiciais celebrados
bem acima do valor devido. “Circula uma denúncia anônima de um acordo celebrado
na Bahia que seria de uma dívida no valor de R$ 3 milhões, mas o pagamento
realizado teria sido de R$ 10 milhões”, denuncia.
Veja o texto:
“A Geap e o Compliance
A Geap é uma entidade que há 70 anos administra planos de
saúde para o servidor público. Hoje conta com 460 mil beneficiários, mas já
teve mais de 700 mil, quando o governo mandou que abrisse suas portas a outros
servidores. Começou atendendo os servidores do INSS;
A Geap é fiscalizada pela Agência Nacional de Saúde (ANS)
através do nome de “direção fiscal”. E nada acontece. A Geap paga ao “diretor
fiscal” o mesmo que paga ao diretor executivo – R$ 45 mil mensais.
E nisso, a Geap sofre com aumentos abusivos, deste ano, por
exemplo, de até 48% nos planos, enquanto a ANS autorizava o percentual de 13%
aos demais planos. Por consequência houve uma evasão de quase 300 mil
participantes da Geap.
São vidas que migraram para o SUS já combalido e outros
planos de saúde.
O servidor público recebe do governo um per capita de R$ 100
mensais e paga no mínimo R$ 800 para ter um plano de saúde.
A Geap, no entanto, é administrada por um Conselho
Administrativo com seis membros: três eleitos e três do governo, sendo do
governo o voto de qualidade ou de minerva.
Os membros do conselho/governo e os administradores da Geap
nos últimos tempos foram indicações políticas, segundo fontes internas, pelo
Partido Progressista, comandado pelo atual líder do governo, deputado Aguinaldo
Velloso Borges Ribeiro, da Paraíba.
No início deste ano, houve uma mudança geral na Geap, com
destituição do Conselho e demissões de toda diretoria. Foram então nomeados
novos conselheiros e automaticamente um novo diretor executivo, que ainda,
segundo fontes internas, todos indicados pelo senador Ciro Nogueira, do Partido
Progressista (atualmente denunciado na operação Lava Jato – a maior
investigação sobre corrupção no Brasil).
Visitamos o novo diretor executivo, Roberto Sérgio Fontenele
Cândido. Ele nos recebeu com toda a sua diretoria, toda recrutada no mercado,
com a devida deferência à entidade de classe que representa mais de 50 mil
beneficiários da Geap. E na oportunidade fizemos algumas observações e
levantamos algumas questões:
. Qual o posicionamento da alta direção da Geap sobre as
cláusulas de multas leoninas e milionárias em caso de rescisão antecipada?
. Qual o posicionamento sobre o pagamento de rescisão dos
empregados contratados com suposta “estabilidade” e acordo de dispensa amigável
no valor de R$ 1.300.000,00. Até onde sabemos foram feitos vários acordos
“necessários”, todos acima de R$ 800 mil. Os contratos tinham prazos e as
indenizações não são pelo período trabalhado, mas pelo valor total do contrato.
. Qual o posicionamento sobre as diversas cartas com
denúncias de pagamentos de acordos judiciais celebrados bem acima do valor
devido? Circula uma denúncia anônima de um acordo celebrado na Bahia que seria
de uma dívida no valor de R$ 3 milhões, mas o pagamento realizado teria sido de
R$ 10 milhões.
Levamos ao diretor nossas preocupações sobre todos esses
problemas e fizemos proposta de parceria.
. Insistimos que há necessidade imediata de implantação de
“compliance” na Geap.
Compliance é um conjunto de normas, diretrizes, disciplinas
para corrigir práticas desonestas, colocando as organizações dentro de padrões
éticos, aceitáveis, confiáveis e com transparência total, que se diverge com a
usual forma de gestão de políticos e “canibais”.
Fizemos uma proposta de um trabalho junto ao Ministério do
Planejamento para a isenção da cobrança do Serpro por linha de dado e a criação
de um mecanismo de desconto da consignação sem margem.
Alertamos para o grave problema de evasão de participantes e
dos altos índices de aumento dos valores dos planos pelo Conselho, apesar de um
dos diretores, ex-militar, oriundo de planos de saúde e hospitais, do alto de
sua arrogância, afirmar que se as entidades não atrapalharem a Geap é viável.
Só um cego não vê que o problema da Geap é de Gestão.
As entidades fazem seu papel de buscar na justiça as
injustiças cometidas por maus gestores e zelar pelo dinheiro que não é deles, e
que não é pouco – mantém arrecadação mensal de R$ 300 milhões e pagamentos
mensais de R$ 300 milhões por ser sem fins lucrativos.
Estamos esperançosos, somos brasileiros e não desistimos
nunca.
Wagner Roberto em sua música diz: “Que esta tempestade logo
vai ter fim. Que não vai ser sempre assim”.
Torcemos!!!”
Fonte: Blog do Servidor