sexta-feira, 13 de julho de 2018

Teto de gastos impede reajuste a servidores em 2019, diz Maia


O Dia     -     13/07/2018




Mesmo com a liberação dos aumentos salariais pelo Congresso Nacional, presidente da Câmara afirma que emenda constitucional não abre espaço para a medida

Rio - Mesmo com a derrubada do veto ao reajuste dos servidores federais, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não vê cenário possível para que aumentos salariais sejam concedidos ano que vem. "A emenda do teto (Emenda Constitucional 95, que criou o teto de gastos) inviabiliza aumentos", declarou Maia à Coluna, em referência à falta de 'espaço orçamentário' para elevar despesas públicas.

O Congresso retirou do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2019, na madrugada de quinta-feira, o artigo que impedia a concessão de aumento de remuneração, ainda que com efeitos financeiros posteriores a 2019, após muita pressão das categorias. A proibição havia sido incluída no texto pelo relator, senador Dalírio Beber (PSDB-SC), e chegou a ser aprovada pela Comissão Mista de Orçamento na quarta-feira.

Mas o plenário mudou a redação final. O resultado animou os servidores, que já pensam em acordos com o Poder Executivo para a revisão dos salários. No entanto, o posicionamento do presidente da Câmara traduz o clima dentro do governo. Reforçando essa ideia, especialistas da Consultoria de Orçamentos, Fiscalização e Controle (Conorf) do Senado indicam que já há dificuldades dos Poderes e órgãos para cumprirem a limitação de gastos impostas pela EC 95.

Como contraponto, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE) declarou, após a sessão no Parlamento, que isso ficará a cargo do gestor: "O relator manteve o teto e a lei do teto permanece. Só que dentro do Orçamento é livre a movimentação do gestor. Ele pode colocar aumento de salário e cortar despesas".

Novos cargos autorizados

O item derrubado (Artigo 92-A) também impedia concursos: "Fica vedada a aprovação de projeto e edição de medida provisória relativos a concessão de vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos, empregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras nos órgãos e entidades da administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público".

Corte de despesas

O texto-base da LDO de 2019 será enviado à sanção do presidente Temer. O projeto veda ainda a criação ou ampliação de novos incentivos fiscais e prorrogação dos atuais apenas por até cinco anos. Estabelece ainda que o aumento de despesa obrigatória (como gastos com a folha salarial e previdência) somente será possível com corte equivalente em outra despesa obrigatória

Raio-x virá na LOA

Ainda que a LDO indique como estarão as contas públicas em 2019, o raio-x será feito mesmo quando a Lei Orçamentária Anual (LOA) chegar ao Congresso. O Executivo tem até 31 de agosto para enviar a mensagem ao Legislativo. E, caso os Poderes e órgãos decidam conceder reajustes a servidores, a lei terá que prever dotação orçamentária para isso.

Por Paloma Savedra


Share This

Pellentesque vitae lectus in mauris sollicitudin ornare sit amet eget ligula. Donec pharetra, arcu eu consectetur semper, est nulla sodales risus, vel efficitur orci justo quis tellus. Phasellus sit amet est pharetra