Congresso Em Foco
- 12/09/2018
O coordenador das propostas econômicas do candidato do MDB à
Presidência, Henrique Meirelles, o economista José Márcio Camargo, defendeu o
congelamento dos salários dos funcionários públicos por quatro anos para ajudar
a equilibrar as finanças públicas. A proposta foi defendida por ele em
entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.
“Todos os trabalhadores sofrem muito com a crise. Os
funcionários públicos têm de dar um pouco desta cota. Temos de fazer um congelamento
(dos salários), por quatro anos, eu diria. Não há uma decisão ainda na chapa,
mas esta é minha avaliação”, disse. “Minha avaliação é que os funcionários
públicos têm uma média (salarial) muito acima da dos trabalhadores”,
acrescentou.
Na entrevista o economista disse que a prioridade de
Meirelles, se eleito, será a reforma da Previdência. Para Camargo, a
Previdência do setor público é um grave foco de desigualdade que contribui para
o aumento do déficit. Segundo ele, a reforma previdenciária é fundamental para
a manutenção do teto dos gastos públicos, fixado na Constituição a pedido de
Meirelles.
“O teto só é sustentável com a reforma da Previdência. Caso
contrário, em 20 anos, o gasto público vai ser só com Previdência. Como o gasto
público do governo federal passou de 20% para 35% do PIB, excluindo-se os
juros, o teto tem de ser rígido, para não aumentar gasto”, declarou.
José Márcio Camargo acredita que o país tem condições de
atrair investimento privado para resolver o problema do desemprego a médio
prazo. “O país tem condições, sim, de, uma vez estabilizado, atrair
investimento privado para gerar, não sei se 10 milhões de empregos, mas uma
quantidade suficiente que vai resolver o problema do desemprego no médio
prazo”, afirmou, em referência ao número de empregos prometidos por Meirelles
caso seja eleito.
O economista ressaltou que essas ocupações não serão
necessariamente formais. “Em 2017, a economia cresceu 1,1% e foram gerados
1,851 milhão de ocupações no Brasil. Isso inclui trabalho com carteira, sem
carteira e por conta própria. Se no ano passado foi possível isso, acho que, se
conseguirmos crescer 3,5%, que é o nosso objetivo, vamos gerar 10 milhões de
ocupações, não necessariamente empregos formais.”