BSPF - 20/01/2020
Para Paulo Uebel, secretário especial de Desburocratização,
Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, a administração pública
brasileira precisa se modernizar. Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã,
ele explicou como a reforma administrativa, prevista para ser apresentada em
fevereiro, pode contribuir para modernizar os mecanismos de atuação do Estado.
A intenção da reforma, segundo Uebel, é entregar um serviço
público de melhor qualidade, prestando contas de forma mais eficaz e
reconhecendo os bons servidores que “querem fazer a diferença”.
“Estamos engessados. Mesmo os bons servidores estão
amarrados. Tanto a estratégia de atuação de Estado quanto os mecanismos de
atuação estão atrasados, são da década de 80. A proposta vai abranger questões
de estratégia, do papel do Estado e como ele vai atuar. Na parte de estrutura,
compreender como atender mais e melhor a sociedade, e na parte pessoal também –
trazer melhores regras para conseguir reconhecer os bons servidores”
Os servidores estão entre os principais pontos abordados pela
reforma. Entre as medidas previstas, está a capacitação dos funcionários
públicos. “Quem não tiver uma boa performance terá acesso a um mecanismo de
capacitação eficiente. O desligamento só pode acontecer em um segundo momento,
para quem mesmo após a oportunidade não conseguir entregar”, explicou.
Algumas das regras já vigentes para o trabalhador do setor
permanecerão as mesmas, por determinação de Bolsonaro. Uebel conta que o
presidente pediu atenção a quatro principais pontos – não vai haver diminuição
dos salários e postos de trabalho ou mudanças na estabilidade. “O último é
garantir que os pagamentos estejam sempre em dia. Disso, o presidente não abre
mão”, afirmou.
O secretário prevê ainda que a medida receberá apoio da
população e dos servidores. “Temos mapeado muito, conversado muito. O apoio
popular é brutal. A sociedade brasileira quer ver mudanças, ela quer ver um
governo que dê resultados. Ela sabe que paga uma carga tributária muito elevada
e quer um retorno maior – e ela tem todo direito de exigir isso. O Estado
existe para servi-la, e nós precisamos entregar um resultado melhor.”
Fonte: Jovem Pan