Terra - 10/01/2020
Sindicalistas querem se contrapor ao que chamam de 'ataques
do governo ao funcionalismo público'
Como parte de mobilização para nova campanha salarial,
lideranças sindicais das carreiras de servidores públicos já falam em greve no
dia 18 de março. Este foi um dos temas discutidos em reunião do Fórum das
Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), na terça-feira
passada.
Na ata da reunião, a qual o Estado teve acesso, os
sindicalistas incluíram na agenda de mobilização o início de debate sobre uma
"radicalização" para se contrapor ao que classificam de "ataques
dos governos ao funcionalismo público". A entidade indicou 18 de março
como dia para uma eventual paralisação.
O fórum reúne tanto os sindicatos das carreiras de elite do
funcionalismo, que incluem auditores da Receita e servidores do Banco Central,
como o chamado "carreirão", como são chamados as carreiras de nível
técnico. Eles discutiram também uma estratégia "combo" de
articulação: propostas que combinem a reivindicação por pautas específicas como
também uma mobilização contra as "políticas neoliberais" do governo
Jair Bolsonaro. Uma nova reunião foi marcada para a próxima quarta-feira, 15.
Mais cedo, nesta quinta-feira (9) o Estadão/Broadcast
mostrou que o aceno positivo do presidente Jair Bolsonaro à concessão de
reajustes para policiais do Distrito Federal, cujos salários são bancados com
dinheiro da União, abriu a porteira para outras categorias do funcionalismo
federal elevarem a pressão por aumentos na sua remuneração.
O presidente do Fórum Nacional Permanente das Carreiras
Típicas de Estado (Fonacate), Rudinei Marques, reconheceu que avanços nas
negociações salariais vão depender de uma alternativa ao teto de gasto - regra
prevista na Constituição que impede o crescimento das despesas acima da
inflação. Ele afirmou que o crescimento vegetativo da folha é em torno de 3% ao
ano, o que restringe o espaço do teto.
Ainda segundo ele, 80% das categorias dos servidores
optaram, no passado, por um reajuste de dois anos e, agora, estão há quatro
anos sem nenhum reajuste. Esse grupo, prevê ele, vai intensificar a pressão por
reajuste ao longo de...
Leia a íntegra em Servidores federais cogitam greve geral em março