Jornal Extra - 23/08/2011
O funcionalismo federal poderá ter reajustes de 2,3% a 31%, a serem pagos somente em julho do ano que vem, segundo uma proposta de negociação apresentada pelo governo aos representantes da categoria. Deverão ser contemplados 420 mil servidores ativos e inativos das carreiras do Plano Geral de Cargos do Poder Executivo (PGPE), da Previdência, da Saúde e do Trabalho, entre outras.
De acordo com o secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Josemilton Costa, a oferta ainda não é oficial.
— Estamos em discussão interna e vamos negociar com o governo para bater o martelo — explicou.
Pela proposta, o maior percentual — de 21,4% a 31% — seria aplicado aos vencimentos de cerca de 84 mil servidores das categorias contempladas que têm nível superior. Os funcionários de nível intermediário e os auxiliares teriam valores fixos de R$ 211 e R$ 105, respectivamente, o que deve representar um acréscimo salarial de 2,3% a 7,3%.
A Condsef participou, ontem, de uma audiência pública na Comissão de Legislação Participativa (CPL), da Câmara dos Deputados, para discutir a abertura de novos concursos públicos, além das perspectivas de acordo sobre o reajuste salarial para os servidores federais.
Gastos da União
O relator da matéria, deputado Paulo Rubem Santiago (PDT-PE), apresentou dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), segundo os quais há uma folga nas contas do governo suficiente para garantir o reajuste ao funcionalismo. Para o deputado, a equipe econômica deveria mudar a estratégia de reduzir os gastos públicos apenas com o corte de despesas com pessoal.
A audiência pública na Câmara tratou ainda da realização de concursos para suprir a defasagem de servidores e substituir terceirizados. Segundo Josemilton Costa, da Condsef, no governo Lula, cerca de 200 mil vagas foram preenchidas nos três poderes por meio de seleções públicas, mas o déficit é de quase 700 mil.