Blog do Josias de Souza
- 25/09/2011
Nos próximos dias, gente que se imagina dotada de juízo dará
um aviso a Dilma: negar-se a inscrever o reajuste do Judiciário no Orçamento é
uma aposta tola.
Os repórteres Rui Nogueira e Edna Simão informam que a
presidente não cogita mesmo alterar a proposta orçamentária já enviada ao
Congresso.
Num aposta, ganha-se ou perde-se. Contam-se nos dedos de uma
mão os presidentes que apostaram contra o Supremo. Mas Dilma quer arriscar. É
do jogo.
Dilma prefere gritar “truco” dias depois de Cezar Peluso, o
presidente do STF, ter-lhe remetido um ofício com cara de ultimato.
Parece convencida de que a Justiça, além de cega, tem a
balança desregulada. Seu conselheiro ajuizado concorda. Mas vai ponderar: a
espada não perdeu o fio.
Nesta semana, aportaram no STF um par de ações movidas por
entidades sindicais do Judiciário. Ambas pedem ao tribunal que obrigue Dilma a
reformular o Orçamento.
Ao bater o pé, Dilma contrata uma derrota no plenário do
Supremo. Terá de fazer por ordem judicial o que se nega a fazer por birra
anticonstitucional.
Dilma poderia brincar de outro jeito. Levaria a
reivindicação do Judiciário para dentro do Orçamento e acionaria sua maioria no
Legislativo para derrotá-la.
Chegaria ao resultado pretendido sem arranhar o princípio da
independência entre os Poderes.