Jorge Freitas
Correio Braziliense -
24/09/2011
O Ministério do Planejamento
prometeu a líderes dos professores e servidores federais da área de educação
básica, profissional e tecnológica retomar as negociações sobre aumento de
salários se a greve da categoria, que já dura mais de 50 dias, for encerrada.
Neste sábado, os grevistas, que reivindicam 14,76% de reajuste, realizam uma
plenária para avaliar se podem suspender o movimento, sob a condição de que o
ministério formalize o compromisso de diálogo. A promessa de restabelecer as
conversas foi feita na quinta-feira por dois negociadores do ministério: a
diretora de Relações do Trabalho da Secretaria de Recursos Humanos, Marcela
Tapajós, e o secretário executivo, Valter Correa da Silva.
O procurador da República
Peterson de Paula Pereira defendeu a reabertura das negociações ou a adoção de
medidas judiciais para saber se é legal a greve, que deixou sem aulas 170 mil
estudantes de 233 escolas em todo o Brasil. Um abaixo-assinado de alunos do
Instituto Tecnológico de Planaltina foi encaminhado ao Ministério Público da
União no Distrito Federal reclamando que a paralisação vai atrasar a formatura
do grupo neste semestre.
“Os prejudicados são os
estudantes. A greve dura todo este tempo e o governo não faz nada. Se não
retomarem as aulas e as negociações, vamos recomendar medidas judiciais para
assegurar o princípio dos serviços contínuos”, afirmou o procurador.
Marcela Tapajós disse que o
diálogo será reaberto para construir uma proposta financeira e de reorganização
das carreiras. Mas o governo só poderá cumprir acordos financeiros a partir de
março do ano que vem, quando será preparada a previsão dos gastos com o
funcionalismo.
Sem avanço nos Correios
O impasse entre os servidores e a
direção dos Correios ainda não foi superado e a entrega irregular de
correspondências deve continuar na próxima semana. Na segunda-feira, os
grevistas realizam nova assembleia com indicativo para manter a paralisação,
que completou 10 dias ontem.