Cristiane Bonfanti
Correio Braziliense
- 10/02/2012
O conflito entre governo e servidores está cada vez mais acirrado.
Não bastasse a pressão dos magistrados — que brigam no Supremo Tribunal Federal
(STF) para conseguir reajuste —, a Associação Nacional dos Advogados da União
(Anauni) afirmou ontem, em carta pública, que os seus membros são
subvalorizados pela administração. Presidente da entidade, Marcos Luiz da Silva
disse que, embora a Advocacia-Geral da União (AGU) apresente resultados
positivos, os trabalhadores convivem com problemas graves no dia a dia. A seu
ver, um dos principais é a existência de não concursados atuando em
consultorias jurídicas dos ministérios e exercendo atividades privativas dos
advogados.
"Há uma grande desmotivação para que os advogados
permaneçam na carreira, dados os problemas de infraestrutura e a remuneração,
que está muito aquém de outras carreiras jurídicas do Estado e da iniciativa
privada", criticou. Silva ressaltou que, em 2011, os advogados da União
atuaram em 732,9 mil processos judiciais. Além disso, hoje, tramitam cerca de 3
milhões de ações. "Somos, e podemos ser mais ainda, grandes artífices do
futuro do nosso país, desde que nossos dirigentes tenham a visão do papel
estratégico que representa uma administração pública fortalecida e bem
estruturada", ressaltou.
A Anauni também pressiona o governo para que ele abra concursos.
A AGU já tem autorização do Ministério do Planejamento para realizar seleção
com 70 vagas de procurador da Fazenda Nacional e 68 de advogado. Ambos os
cargos são de nível superior. A AGU também aguarda a aprovação final, no
Congresso Nacional, de outras 560 vagas de advogado ainda este ano.