quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Com apoio da oposição, Funpresp vence primeiro embate



Valor Econômico     -    29/02/2012





PDT, PSB, PR e PCdoB foram os partidos da base governista da presidente Dilma Rousseff que mais apresentaram defecções em relação à orientação do governo na sessão de ontem da Câmara que aprovou o texto-base do projeto de lei que cria a Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal (Funpresp). O resultado final foi de 318 a favor e 134 contra.

A bancada do PDT foi a mais infiel. Dos 24 deputados, 22 votaram contra o projeto (91,6%). Em seguida vem o PSB, no qual 17 dos 26 (65,3%) deputados não seguiram a orientação do Palácio do Planalto. O PR foi o terceiro mais indisciplinado: 12 dos 32 deputados (37,5%) disseram "não". Já no PCdoB, 4 dos 12 (33%) não apoiaram o texto que cria o Funpresp.

A indisciplina, contudo, não foi privilégio desses partidos. Em todas as outras bancadas houve quem votasse contra o governo. No PT, foram 8 de 77 (10,3%), enquanto no PMDB 4 de 66 deputados (6%) se posicionaram contra o governo. O "independente" PSD colaborou com 25,5% de rejeição ao texto defendido pelo governo: 11 dos 43 deputados presentes rejeitaram o texto.

No entanto, o governo contou com votos da oposição para aprovar o projeto. A orientação do PSDB a favor do Funpresp foi obedecida por 33 dos 47 deputados presentes. O DEM se manifestou contrário à proposta, mas concordou em retirar a obstrução desde que a votação fosse nominal (quando o voto de cada deputado é discriminado). Ainda assim, 3 dos 25 parlamentares apoiaram a proposta do governo.

Hoje a votação do Funpresp será concluída mediante a votação dos destaques. Os tucanos têm direito a escolher dois desses destaques. De acordo com deputados do partido, deverá propor um que estabelece um teto de 20% para a gestão própria do fundo, deixando o restante para ser licitado em um ano e administrado por agentes do setor financeiro cadastrados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

O partido também defende que haja apenas um fundo único, em vez de três, como ficou previsto na redação final. Por meio dela, Executivo, Judiciário e Legislativo terão cada qual seu próprio fundo. Já o DEM tem direito a um destaque. A bancada tem duas ideias. Ou propor a garantia de realização de uma sabatina no Congresso Nacional para que os indicados sejam avaliados pelos parlamentares ou outro que garanta que o Tesouro assegure recursos do Orçamento da União para o caso.



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