segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Crise adia aumento salarial



BSPF    -     06/02/2012




Embora reabilite parcialmente a imagem do Judiciário, a decisão histórica do Supremo Tribunal Federal (STF) de garantir ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) amplo poder de investigação é insuficiente para a retomada da reivindicação de reajuste salarial da magistratura.

Essa é uma das consequências da longa exposição das entranhas da Justiça no período que antecedeu a decisão de anteontem em favor da transparência na instituição. Foram meses de uma guerra intestina cuja síntese gravada na memória coletiva é a da corregedora Eliana Calmon, de que "há bandidos de toga" que só agora poderão ser alvo de processos isentos.

Como as primeiras reações indicam que a derrota não desmobilizou a resistência corporativista, são previsíveis novas batalhas secundárias com poder de corrosão da imagem do Judiciário. A principal, com relação à legitimidade do CNJ para investigar a evolução patrimonial dos juízes com base em informações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que já identificou movimentações atípicas de juízes em valor próximo a R$ 1 bilhão.

As associações de magistrados, feudos do corporativismo, já demonstraram disposição para continuar a briga, ao questionar a escolha do relator dessa questão, ministro Joaquim Barbosa, um dos seis que votaram a favor do CNJ.

Tal perspectiva mantém o Judiciário exposto negativamente junto à opinião pública e favorece o governo, que resiste ao aumento da categoria. Como se sabe, a reivindicação é de um aumento de 14,5% para os juízes e de 56% para os servidores - uma conta de R$ 8 bilhões.


Fonte: O Estado de S.Paulo



Share This

Pellentesque vitae lectus in mauris sollicitudin ornare sit amet eget ligula. Donec pharetra, arcu eu consectetur semper, est nulla sodales risus, vel efficitur orci justo quis tellus. Phasellus sit amet est pharetra