BSPF - 22/06/2012
Brasília - O
Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação
(Sinagências) considerou equivocada a opinião do Ministro das Comunicações,
Paulo Bernardo, sobre o fim do horário flexível na Agência Nacional de
Telecomunicações (Anatel).
Em reportagem na Folha de São Paulo, Bernardo comentou que a
reivindicação para a manutenção da jornada de trabalho de sete horas ininterruptas
não é válida. De acordo com o ministro, os servidores brigam para trabalhar uma
hora a menos.
O Diretor de Organização Adjunto do Sinagências, Wellington
Aguilar, afirma que os servidores da Anatel, ao contrário do que foi colocado
pelo ministro, buscam eficiência e uma gestão moderna pautada por resultados,
face às novas exigências do século XXI e às demandas da sociedade. "O
horário flexível equilibra as relações entre trabalho e família, proporciona
melhores condições de vida e mais produtividade. O foco é na melhor prestação
do serviço público. Após ter instituído uma forma moderna de administração,
infelizmente, agora, o governo taxa a alternativa encontrada como uma maneira
de fugir do trabalho", afirma.
Wellington ainda ressalta que o Tribunal de Contas da União,
por meio do Acórdão nº 3.553/2010, da 1ª Câmara, já reconheceu a legalidade do
horário flexível, assim como uma maior autonomia administrativa e financeira
das agências reguladoras.
Para o diretor de Comunicação do Sinagências, Ricardo de
Holanda, nesse caso a gestão pública moderna abriu os olhos paras as novas
formas de relações de trabalho, necessidades dos trabalhadores e da
instituição, inclusive em função da falta de políticas para o transporte, da
crescente urbanização e da mobilidade em busca de emprego.
Nesse contexto, os poderes Judiciário e Legislativo já
adotam essas medidas como uma boa prática de gestão de Recursos Humanos.
"Entretanto, o Executivo continua sem querer discutir esse conceito,
intervindo e prejudicando os órgãos, os servidores, os cidadãos e as famílias,
reduzindo, inclusive, a expansão do horário de atendimento ao público",
argumenta o diretor de comunicação.
"No final, o que todos querem é a eficiência e
qualidade nos serviços públicos, atendimento de excelência à sociedade, além de
servidores motivados.", diz Ricardo de Holanda.
O horário flexível não é uma reivindicação isolada.
Importantes personalidades políticas já se pronunciaram a respeito do tema.
Como foi o caso do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban
Ki-moon, que, no Dia Mundial das Famílias, enviou mensagem pedindo ao mundo
modalidades flexíveis de trabalho, incluindo horas escalonadas e a adoção do
teletrabalho. O secretário da ONU ainda comentou que essas ações levam a melhores
condições de trabalho, à saúde e à produtividade do trabalhador.
"Portanto, a luta é justa e a categoria quer tornar essa nova forma de
gestão uma realidade", completa Wellington Aguilar.
Fonte: Sinagências