Agência Brasil
- 06/07/2012
Brasília - O reflexo da crise internacional sobre a economia
brasileira é o principal motivo que o governo tem para não atender aos pedidos
de reajuste salarial de várias categorias de servidores que estão em greve,
pois os gastos com a folha de pagamentos, se todas as reivindicações fossem
atendidas, aumentariam em R$ 92,2 bilhões, segundo cálculos do Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão obtidos pela Agência Brasil.
A avaliação feita no ano passado era que não havia como
conceder reajuste e a decisão ficou para este ano, porém com a crise
internacional, uma dos colabores diretos da presidenta Dilma Rousseff disse
hoje (6) que nem em 2013 haverá condições de atender ao pleito do funcionalismo
público.
O Ministério do Planejamento trabalha com a data de 31 de
julho para concluir a análise da pauta de reivindicações dos servidores, mas a
data-limite para conceder o reajuste é 31 de agosto, prazo final para o envio
do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) ao Congresso Nacional.
Atualmente, a folha de pagamentos dos servidores públicos do
Executivo, Legislativo, Judiciário, Militares e Ministério Público soma R$ 190
bilhões e só com o Executivo os gastos chegam a R$ 60 bilhões. Com os reajustes
pretendidos pelos servidores, a folha do Executivo mais do que dobraria,
chegando a R$ 150,2 bilhões.
Os gastos com o pagamento dos servidores públicos federais
de todas as áreas consomem 4% do Produto Interno Bruto (PIB) e o aumento de R$
92,2 bilhões na folha de pagamentos representaria mais 2% do PIB, de acordo com
os cálculos do Ministério do Planejamento que a Agência Brasil teve acesso. Daí
o cuidado com que o assunto vem sendo tratado pelo governo, que, segundo o
ministério, já fez mais de 140 reuniões nos últimos três meses com diversas das
mais de 30 categorias de servidores públicos para discutir que eles
apresentaram ao governo.