Agência Brasil
- 28/08/2012
Rio de Janeiro- Apesar da greve dos fiscais federais
agropecuários, deflagrada no início deste mês, os profissionais que atuam em
portos, aeroportos, fronteiras e em estabelecimentos de abate, no Rio de
Janeiro, estão trabalhando sem interrupções. A informação foi confirmada hoje
(28) pelo delegado do Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários do
estado, Ricardo Nascimento.
De acordo com Nascimento, atendendo à liminar do Superior
Tribunal de Justiça (STJ), que determinou a volta ao trabalho da categoria,
cinco dias após o início da paralisação, os servidores estão em estado de
greve, ou seja, aguardando uma nova proposta do Ministério do Planejamento.
Segundo ele, na tarde desta terça-feira deve ocorrer uma nova reunião, em
Brasília, com representantes da categoria.
O presidente do sindicato mostrou-se confiante com o novo
encontro. Ele acredita que ao marcar uma nova reunião com a comissão, o
Ministério do Planejamento demonstre interesse em acabar com a greve. “Se eles
[Ministério do Planejamento] nos ofereceu mais uma nova oportunidade de
diálogo, eu acredito que eles vão oferecer alguma coisa. Nós vamos aguardar,
estamos otimistas”, disse.
O sindicalista também ressaltou que, com a decisão do STJ,
somente a área administrativa do órgão está em greve, mantendo apenas 30% do
efetivo trabalhando. “Ele [STJ] permitiu que apenas 30% não ligado diretamente
a exportação, importação e a inspeção federal entrasse em greve. Então estamos
em estado de greve, até porque nós não podemos fazer greve”, disse.
Ricardo Nascimento disse que para os profissionais que atuam
no Rio de Janeiro, a proposta do Ministério do Planejamento foi 10%, dividida
em duas parcelas, e que serão pagas em dois anos. Ele disse ainda que a atual
proposta não contempla os aposentados do órgão, o que, segundo Nascimento, é
uma das reivindicações da categoria.
“Quem está na ativa e os colegas mais jovens ficariam anos
sem aumento, por meio da proposta. Então nós estamos aguardando, para ver se
eles melhoram a proposta. Se houver uma melhora na proposta, com certeza as
bases devem aceitar”, garantiu.
Os fiscais reivindicam que algumas gratificações sejam
transformadas em subsídio, permitindo incorporação ao salário da categoria.
Eles alegam que, ao se aposentar, o profissional perde cerca de 40% sobre as
vantagens adquiridas no decorrer da carreira.
No dia 23 deste mês, os servidores realizaram dois eventos
no centro da capital fluminense como forma de chamar a atenção do governo
federal para as reivindicações da categoria. No primeiro ato foram distribuídos
à população 3,6 mil litros de leite. No segundo, que ocorreu no mesmo dia, o
Cristo Redentor recebeu um abraço simbólico dos profissionais em um protesto
contra a decisão do STJ.
Ao todo, 292 fiscais federais estão sindicalizados no estado
do Rio, incluindo aposentados e pensionistas, segundo Nascimento. Ele informou
que em todo país, são 4.200 profissionais atuando nos postos de fiscalização.