Ana Carolina Dinardo
Correio Braziliense -
02/08/2012
Policiais federais e funcionários do Judiciário do DF optam
pela paralisação. Fiscais decidem na segunda-feira
Os servidores públicos federais resolveram adotar a política
do toma lá dá cá. Depois das últimas decisões do governo federal, o movimento
grevista nacional tem ganhado força com novas adesões. Ontem foi a vez dos
funcionários do Poder Judiciário do Distrito Federal cruzarem os braços. Eles
fizeram piquetes em prol da campanha salarial 2012 por todos os fóruns e
tribunais superiores da capital federal. A categoria alega que não recebe
reajustes salariais há três anos. O benefício depende da aprovação do Projeto
de Lei nº 6.613/09 — que prevê aumento de 30% —, parado no Senado.
Outras categorias que decidiram ir às ruas protestar foram a
Polícia Federal e a dos servidores das agência reguladoras. Depois de aprovar
greve geral a partir da próxima terça-feira, os policiais federais fizeram um
ato na Praça dos Três Poderes. Eles dizem que também negociam a reestruturação
salarial e da carreira há três anos. As atividades em fronteiras, portos e
aeroportos devem ficar ainda mais prejudicadas. Os profissionais planejam uma
manifestação em Brasília na terça-feira.
Já os funcionários das agências reguladoras fizeram ontem a
2ª Marcha da Regulação. "Não adianta o governo nos ameaçar. Essa atitude
só nos tornou mais fortes", disse o presidente do Sinagências, João Maria
Medeiros. O ato ocorreu nos 26 estados e no DF. Os fiscais federais agropecuários
também vão cruzar os braços na próxima segunda-feira. Responsável pela
fiscalização de toda a produção animal e agrícola que chega e sai do país, a
categoria reivindica reestruturação da carreira e reforço do efetivo.
O ministro da Secretaria Geral da República, Gilberto
Carvalho, pediu ontem maturidade aos grevistas. Segundo ele, o governo está
fazendo o que pode para atender às reivindicações. Ele voltou a dizer, porém,
que a prioridade do Executivo é o setor privado. "Estamos procurando
empregar toda a nossa sobra fiscal para estimular a indústria, a agricultura,
os serviços e o comércio, que nos preocupam mais", frisou "Ao longo de agosto, ainda dialogaremos
e apresentaremos os nossos estudos", finalizou.