O Globo - 01/08/2012
Sindicalistas negam
que intenção seja atrapalhar julgamento do mensalão
BRASÍLIA - O Sindicato dos Servidores do Judiciário
deflagrou greve a partir de hoje no Distrito Federal para pressionar pela
aprovação do projeto de reestruturação da carreira, que prevê reajuste médio de
36%, podendo chegar a 56% em alguns casos, com impacto financeiro de R$ 7,8
bilhões. A paralisação será iniciada na véspera do julgamento do mensalão pelo
Supremo Tribunal Federal (STF), mas o sindicato negou que pretenda atrapalhar o
julgamento:
- Não queremos atrapalhar qualquer julgamento para a
sociedade. No caso do mensalão, os servidores já contribuíram muito, e quem tem
que julgar são os ministros - disse Jailton Assis, um dos coordenadores do
sindicato.
O presidente do STF, Ayres Britto, foi informado da greve em
reunião anteontem à noite com sindicalistas.
Segundo Assis, Ayres Britto compreendeu a atitude do
sindicato, ponderou que o movimento ocorrerá em um período de muita tensão e
pediu que, durante o julgamento do mensalão, eles evitem o uso de buzinas perto
do Supremo.
-- Cercar o Supremo buzinando as vuvuzelas não me parece ser
a melhor opção -- disse Ayres Britto, segundo o sindicalista.
O coordenador do sindicato admitiu que não há uma
mobilização maior entre os servidores do STF para aderir à greve.
Segundo o sindicalista, a decisão de entrar em greve, se as negociações não avançassem, foi tomada em junho. A greve deve se estender a São Paulo e Mato Grosso no dia 8, segundo os sindicalistas.
Segundo o sindicalista, a decisão de entrar em greve, se as negociações não avançassem, foi tomada em junho. A greve deve se estender a São Paulo e Mato Grosso no dia 8, segundo os sindicalistas.