BSPF - 07/08/2012
Movimento vai afetar atividades de fiscalização às vésperas
das eleições municipais
Servidores da Secretaria do Tesouro Nacional (STN)
engrossaram nesta segunda-feira (6) a greve que fazem várias categorias de
servidores públicos. Desta vez, são os analistas e técnicos de Finanças e
Controle da STN que anunciam paralisação preliminar até amanhã (terça, 8), com
ato público marcado para o dia seguinte, às 15h, em frente ao Palácio do
Planalto, em conjunto com outras entidades das chamadas “carreiras típicas de
Estado”. Independentemente das negociações, os servidores interromperão as
atividades, por tempo indeterminado, já no próximo dia 13.
Os servidores ocuparão hoje a amanhã a entrada do prédio do
Tesouro em Brasília, “em sinal de protesto”. A iniciativa de greve, ressalta a
assessoria de imprensa dos servidores, foi “aprovada por maioria absoluta de
votos” em assembleia realizada em 25 de julho. Já a decisão de paralisação por
tempo indeterminado se deve à transferência das negociações com o governo para
a segunda quinzena de agosto.
Com a mobilização grevista, haverá retração no ritmo de
atividades relativas à gestão da dívida pública e à emissão de títulos do
Tesouro Nacional. Nada que não seja de conhecimento do governo, como afirma o
presidente do Sindicato Nacional dos Analistas e Técnicos de Finanças e
Controle (Unacon Sindical), Rudinei Marques. “O Sindicato já participou de nove
reuniões com o governo, somente neste ano. Nenhuma delas apresentou
resultados”, reclama o sindicalista, que cobra “posicionamento mais claro” do
Planalto sobre as demandas da carreira.
“A última negociação foi realizada no ano de 2008 e o
governo repetiu o pedido de uma data limite. Desta vez, a diferença está no
prazo. Antes do dia 2 de julho daquele ano, boa parte das negociações já haviam
sido realizadas. Agora já estamos a menos de 20 dias do fechamento da LDO [Lei
de Diretrizes Orçamentárias] e ainda não temos nenhuma resposta”, emenda o
diretor da Unacon Sindical, Filipe Leão, para quem a reivindicação salarial é
“legítima” e o governo não observa o princípio da reciprocidade nas
negociações.
A assessoria dos servidores lembra ainda que, com a greve, ficará
afetada a atuação de servidores escalados para fiscalizar recursos públicos em
60 municípios, no âmbito do Programa de Sorteios do Governo Federal. O trabalho
seria feito entre 6 e 10 de agosto, a cerca de dois meses das eleições,
cronograma que será alterado. “Os relatórios e conclusões das auditorias podem
ser publicados apenas na semana que
antecede o pleito eleitoral”, observa Rudinei, alertando para o problema que os
servidores da Controladoria Geral da União, responsáveis por detectar indícios de
corrupção, poderão encontrar devido ao efeito da greve nas fiscalizações sob
responsabilidade do Tesouro.
Fonte: Congresso em
Foco