Luiz Garcia
O Globo - 07/08/2012
Servidores públicos podem receber altos salários, pelo
simples fato de que trabalham para merecê-los. Ou seja, pelos mesmos critérios
existentes na iniciativa privada, e que se baseiam simplesmente na qualidade do
trabalho e no tempo de serviço. São critérios universais.
Empresas particulares têm o direito de não revelar os
números de suas folhas de pagamentos. Não precisam informar, a não ser para o
fisco, o que fazem para garantir a eficiência de seu pessoal. Porque para isso
usam recursos próprios. E se um genro ou cunhado ganha mais do que mereceria, o
problema e o prejuízo são do patrão e de mais ninguém.
No serviço público, a história é bem diferente. O dinheiro
não sai do bolso do administrador: sai do nosso, da turma da arquibancada.
Temos o direito de saber se ele é usado corretamente — e de reclamar caso seja
mal gasto. Além de se lembrar disso em dias de eleição.
Na semana passada, o Senado e a Câmara dos Deputados
reconheceram, em parte, o direito do cidadão a saber como as duas casas gastam
o dinheiro dos contribuintes. Divulgaram os salários que pagam, e só uma
decisão da Justiça impediu a revelação dos nomes dos beneficiados.
O que realmente não tem importância. A opinião pública quer saber mesmo é se há trabalho de verdade esperando os felizes recém-nomeados. De saída, impressiona o número de servidores já existentes: são mais de 22 mil na ativa. Pouco mais de seis mil, nas duas Casas, são concursados e ganham os maiores salários.
O campeão é um analista legislativo, com R$ 33 mil e uns trocados. O mais impressionante é que a Câmara acaba de abrir concurso para preencher mais 138 vagas. O concurso garante a inexistência de nepotismo. Mas não é isso que interessa no momento. O que não está garantido é se existe mesmo necessidade desse exército de funcionários no Congresso.
O que realmente não tem importância. A opinião pública quer saber mesmo é se há trabalho de verdade esperando os felizes recém-nomeados. De saída, impressiona o número de servidores já existentes: são mais de 22 mil na ativa. Pouco mais de seis mil, nas duas Casas, são concursados e ganham os maiores salários.
O campeão é um analista legislativo, com R$ 33 mil e uns trocados. O mais impressionante é que a Câmara acaba de abrir concurso para preencher mais 138 vagas. O concurso garante a inexistência de nepotismo. Mas não é isso que interessa no momento. O que não está garantido é se existe mesmo necessidade desse exército de funcionários no Congresso.
É certo apenas que os felizes novatos não terão do que se
queixar: o salário inicial é de R$ 14.825,69. Senado e Câmara merecem pelo
menos um tapinha as costas por terem tido a coragem de revelar suas folhas de
pagamento. Mas só um tapinha mesmo: terão direito a sonoros aplausos no dia em
que explicarem, detalhadamente, o que faz cada um de seus funcionários. E
transformarem a nomeação por concurso numa regra sem exceções.
Impressiona: mais de 22 mil servidores. Só seis mil são
concursados e ganham os maiores salários. O campeão leva R$ 33 mil e uns
trocados.