Agência Brasil
- 06/09/2012
Brasília – Servidores da Polícia Federal, professores de
algumas universidades federais e funcionários da Receita Federal continuam em
movimento grevista. Estão previstas para o Sete de Setembro, amanhã (7), novas
manifestações dos policiais federais, organizadas pelos sindicatos estaduais da
categoria.
Segundo informou a Federação Nacional dos Policiais Federais
(Fenapef), serão distribuídos panfletos em desfiles e realizadas outras atividades
em superintendências, aeroportos e delegacias.
Hoje (6), foi realizada uma videoconferência entre os 27
sindicatos estaduais da categoria para avaliar o andamento das negociações ao
longo da semana e decidir pela manutenção ou pelo fim da greve. Liminar de juiz
federal impede o desconto dos dias parados.
A Fenapef informou que não houve avanço após a reunião
realizada ontem (5) com o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo. Os líderes
da greve deverão voltar a se reunir na tarde da próxima terça-feira (11). Estão
paralisados agentes, escrivães e papiloscopistas.
As principais reivindicações dos policiais federais são a
reestruturação da carreira, com o aumento do salário inicial de R$ 7,5 mil para
R$ 11 mil, e a saída do diretor-geral da PF, Leandro Daiello. Os servidores
argumentam que o diretor não representa todos os funcionários da categoria,
exceto os delegados.
Também hoje, o Sindicato Nacional dos Docentes das
Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) informou que o fim da greve dos professores
de algumas universidades federais não deverá terminar antes do próximo domingo
(9). Foram realizadas assembleias estaduais ao longo da semana e as atas das
reuniões devem ser discutidas antes que alguma decisão política seja tomada.
No caso dos servidores da Receita Federal, os funcionários
mantêm a realização de operações-padrão e de crédito zero (em que os impostos
recolhidos são contabilizados, mas não repassados ao sistema). O Sindicato
Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco) estima
que o impacto das operações de crédito zero para a Receita tenha sido de 6,5
bilhões nos últimos dois meses.
Segundo o Sindifisco, 90% dos servidores da categoria
rejeitaram a proposta do governo feita no último dia 30, de aumento de 15,8% em
três parcelas. Haverá nova paralisação nacional na terça e na quarta-feira da
próxima semana, em que se espera que 100% dos servidores da área administrativa
da Receita fiquem inativos. Nas áreas de aduanas, em portos e zonas portuárias,
as atividades serão mantidas normalmente.
O sindicato disse que, caso não haja negociação com o
Executivo, os funcionários da Receita cogitam recorrer ao Congresso Nacional
para aprovar mudanças salariais e na carreira. Os auditores fiscais do órgão
querem reajuste de 30%, recomposição dos quadros da carreira e adicional para
servidores em zonas de fronteira.