Priscila Belmonte
Jornal Extra
- 16/10/2012
A possibilidade de o governo federal reservar 30% das vagas
em cargos públicos federais a cotas raciais dividiu opiniões no Estado do Rio.
Elaborada pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial
(Seppir), a proposta está sob a análise da Casa Civil e deve ser anunciada
ainda este ano.
Para Josemilton Costa, secretário-geral da Confederação dos
Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), as cotas não vão resolver o
problema de desigualdade no país. Segundo o sindicalista, é preciso criar, em
vez de cotas raciais, uma política que garanta o acesso de todos à educação.
— Temos que buscar soluções definitivas. E o branco que não
tem acesso à educação e ao cargo público? O governo tem que se preocupar com
políticas que garantam o acesso a todos às escolas, às universidades e aos
cursos preparatórios. Não é com paliativos que se resolve problemas neste país
— afirmou Josemilton.
Coordenadora da secretaria de imprensa do Sindicato dos
Trabalhadores do Serviço Público Federal no Estado do Rio, Arlene dos Santos
também não vê a reserva de vagas públicas como uma solução.
— Não somos contra, mas o que o governo precisa é promover
mais concursos e ampliar o número de oportunidades no mercado.
Um problema tão grave quanto a diferença racial é a falta de
profissionais para atender a população — afirmou Arlene.
Procurada, a Secretaria de Políticas de Promoção da
Igualdade Racial informou que “as ações afirmativas ainda estão em discussão”.