Correio Braziliense -
03/10/2012
Os juízes federais podem cruzar os braços entre 21 e 22 de
novembro, em protesto ao reajuste de 15,8% oferecido pelo Executivo. Os
magistrados consideram a proposta inferior às perdas inflacionárias acumuladas
nos últimos três anos e querem aumento de 28%. Alegam que, desde de 2009, não
receberam recomposição nos vencimentos e que, por isso, o percentual proposto
pelo Palácio do Planalto seria apenas uma correção nos ganhos mensais.
A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) chegou a
perguntar à categoria, em consulta realizada em 29 de agosto, se concordava com
a proposição. Dos 1.616 associados, 611 se manifestaram. Desse total, 84,8%
votaram contra a aceitação do reajuste. Após a negativa, uma assembleia foi
agendada para a última segunda-feira, desde quando os juízes têm de decidir se
param nos dois dias em novembro ou se apenas não participam da Semana da
Conciliação, que acontece no mesmo mês.
A votação foi encerrada ontem, mas o resultado só será
divulgado no fim da manhã de hoje. Para que os juizes federais cruzem os braços,
50%, ou seja, 808 dos associados, precisam concordar com a ação. O Executivo
tem acompanhado os pleitos do Judiciário e já se posicionou contrário a
qualquer elevação salarial que extrapole os 15,8%.
De acordo com o secretário de Relações do Trabalho do
Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, caso uma proposta superior seja
aprovada no Congresso, poderá ser vetada pela presidente da República, Dilma
Rousseff. (AT)