Agência Brasil
- 16/10/2012
São Paulo - O
presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Civis Federais do Departamento
de Polícia Federal no Estado de São Paulo (Sindipolf/SP), Alexandre Santana
Sally, disse hoje (16) que o fim da greve na instituição significa que a
categoria decidiu dar um “voto de confiança” ao governo. “Se a condição para
reiniciar as negociações é o fim da greve, resolvemos acatar”, afirmou.
Depois de 70 dias de paralisação, servidores civis e
policiais federais decidiram ontem (15) voltar ao trabalho. A decisão foi
tomada em virtude da possibilidade de reabertura das negociações por parte do
governo federal, que condicionou novos entendimentos ao retorno das atividades
dos grevistas. O ponto que deve passar por discussão é a reestruturação da
carreira dos policiais de nível superior.
Segundo reconheceu o presidente do Sindipolf/SP, servidores
civis da instituição e policiais federais não terão o aumento de 15% oferecido
pelo governo para 2013. “Nós não aceitamos esse valor e como o governo não
ofereceu mais nada, perdemos até mesmo esses 15%. Novos valores devem ser
negociados, mas só para 2014”.
A reestruturação da carreira e a exigência do curso superior
para todos os cargos estão previstas na Lei 9.266, sancionada em 15 de março de
1996. Entretanto, segundo o sindicato, até agora, os benefícios não foram
implementados pela Polícia Federal (PF).
De acordo com informações da Superintendência da PF em São
Paulo, não houve prejuízo ao atendimento em setores como de emissão de passaporte
e de estrangeiros porque os funcionários que atendem nessas áreas são
terceirizados. Foram afetadas as investigações, que devem voltar ao ritmo
normal gradativamente, até que se recupere o atraso causado pelo acúmulo de
atividades.
Na manhã de hoje, a Agência Brasil constatou que o movimento
no prédio da PF era normal. O representante comercial Rafael Mendes Beloti foi
tirar o passaporte e disse que o atendimento foi rápido. “Sabia que estava em
greve, mas pelo que vi está tudo normal”. Rosangela Ferreira Lima, que é
assistente comercial, também procurou o posto e falou que foi tudo tranquilo.
“Meu horário era às 10h, mas cheguei antes e fui logo atendida”, explicou.