Agência Brasil
- 13/08/2014
Depois de 79 dias de greve, os servidores do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) retornaram hoje (13) ao trabalho.
Pela manhã, foram assinados dois acordos entre a direção do instituto e
representantes do Sindicato Nacional dos Trabalhadores em Fundações Públicas
Federais de Geografia e Estatística (Assibge).
Um se refere à criação de grupos de trabalho, acertados na
semana passada, para gerar uma proposta de plano de carreira a ser analisada
pelo próximo governo e para discutir a proporção de trabalhadores temporários
no instituto. O outro diz respeito ao acerto feito na reunião da última
sexta-feira (8), pelo qual o IBGE concorda em pagar os salários descontados
desde o início da greve e os funcionários se comprometem a repor os dias não
trabalhados. Este acordo também será assinado pela Secretaria de Relações do
Trabalho, do Ministério do Planejamento.
De acordo com a diretora do sindicato Suzana Lage Drummond,
a categoria recuou diante da “postura
extremamente arbitrária” da direção do IBGE. “Considerando que a nossa greve já
estava com 79 dias e que nós estávamos já com os salários cortados de maio e
junho, e iriam efetuar o próximo corte do salário; considerando a liminar para
tentar multar o nosso sindicato em R$ 200 mil; considerando as demissões dos
trabalhadores temporários e que ameaçavam demitir mais trabalhadores ainda; e
com o direito de greve sendo questionado, o que é bastante dramático; nós
resolvemos recuar”, explicou.
Foram feitas assembleias regionais ontem (12) e anteontem
(11), com o indicativo de retomar ao trabalho, o que foi aprovado. Suzana
afirma que a categoria continua mobilizada: “Nós seguiremos na luta pela
democratização do IBGE, por um modelo coletivo de gestão, e não calcado em um
modelo gerencialista, centrado em modelos de competição, de prática de assédio
moral sobre as pessoas, unilateral”.
De acordo com o IBGE, ainda não há previsão de quando será
divulgado um balanço das pesquisas prejudicadas pela greve. Mas, conforme
informou na semana passada a presidenta do instituto, Wasmália Bivar, as que
estão mais atrasadas são a Pesquisa Mensal de Emprego - nas regiões
metropolitanas de Salvador e Porto Alegre - e a Pesquisa Nacional por Amostra
de Domicílio Contínua em seis estados. As pesquisas conjunturais do IBGE não
deixaram de ser feitas.