STEPHANIE TONDO
O DIA - 26/10/2014
Sindicatos vão pressionar novos governantes mesmo antes da
posse, que ocorre em 1º de janeiro
Rio - Os resultados das eleições para governador do Rio e
presidente da República hoje vão direcionar o plano de lutas dos servidores
estaduais e federais para o próximo ano. Em novembro, a maior parte das
categorias se reúne para definir reivindicações, com base no projeto de governo
dos candidatos eleitos. Segundo os sindicatos, a pressão para atender à pauta
começará antes mesmo de os eleitos tomarem posse, em janeiro.
No que se refere à Segurança Pública, a continuidade dos
governos é bem vista. Para André Vaz de Mello, presidente do sindicato que
representa os policiais federais no Rio (SSDPF/RJ), a reeleição da presidenta
Dilma Rousseff (PT) garantiria o que já foi definido nos grupos de trabalho em
Brasília.
“Ela já sabe o que tem que fazer. Tecnicamente, está
resolvido, falta só vontade política. O PSDB não representa toda a corporação.
O partido tem um histórico de ouvir apenas os delegados. Então, caso o Aécio
Neves seja eleito, precisaríamos abrir ainda um canal de discussão”, avalia o
sindicalista.
Já Fernando Bandeira, presidente do Sindicato dos Policiais
Civis do Estado do Rio (Sinpol), afirma que as pautas já foram entregues aos
dois candidatos: Luiz Fernando Pezão (PMDB) e Marcelo Crivella (PRB). “O
principal item, que é a gratificação da Delegacia Legal, já foi atendido pelo
atual governador, mas será pago em cinco parcelas anuais. Queremos reduzir para
duas. Se houver oportunidade, vamos nos reunir com o candidato eleito até o fim
do ano”, explica.
O Andes, sindicato que representa os docentes das
universidades federais, informou que vai definir as reivindicações para o
próximo ano no Seminário Nacional dos Servidores Públicos Federais, que ocorre
entre os dias 14 e 16 de novembro, em Brasília. A ideia é definir os itens de
acordo com os projetos do presidente eleito para o Ensino Superior.
Já o Sepe, que representa os profissionais da Educação no
Rio, já entregou a Crivella a pauta de reivindicações, que inclui o fim das
políticas meritocráticas e a reposição salarial dos últimos 12 anos. Segundo o
sindicato, o Pezão não conseguiu horário na agenda para receber os
representantes.
“Nossa preocupação é que o vencedor se comprometa com a
categoria. Estamos saturados de promessas que não são cumpridas”, disse Marta
Moraes, coordenadora do Sepe.
Presidente do Sindicato dos Médicos do Rio, Jorge Darze
explicou que a entidade tentará marcar encontro com o governador eleito o mais
breve possível. “Ainda falta muito para a posse e alguns assuntos, como a
proposta orçamentária, devem ser discutidos com urgência. Caso o governador se
recuse a conversar, nossa resposta será a luta unificada”, afirmou.
Os servidores da saúde federal, por sua vez, lutam contra
privatização das unidades e melhoria das condições de trabalho. A categoria vai
se reunir no mês que vem para decidir como reivindicar essas questões ao novo
governo.