BSPF - 26/11/2014
A concessão de crédito consignado para pessoas físicas
cresceu 45,6% entre setembro e outubro, apontam dados divulgados, hoje (26),
pelo Banco Central (BC). Entre os servidores públicos, houve alta de 46,8% nos
empréstimos. Entre os beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social
(INSS), a elevação chegou a 57,7%. O crédito consignado entre trabalhadores do
setor privado foi o único a recuar, caindo 4,4%.
O chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel,
atribuiu a expansão do uso da modalidade entre servidores e beneficiários do
INSS ao recente aumento do prazo para pagamento. O número máximo de parcelas
para servidores públicos cresceu de 60 para 96 meses. Aos aposentados e
pensionistas, a elevação foi de 60 para 72 meses. “Isso permitiu uma expansão
do consignado no mês”, avaliou Maciel. Para ele, o salto não é necessariamente
preocupante.
“Nos últimos anos, a modalidade se consolidou. Houve um
processo de aprendizado por parte dos tomadores e de quem concede o empréstimo,
em termos de garantia e gestão de finanças pessoais. Acredito que nós tivemos,
em termos de educação financeira, um avanço importante”, comentou. O chefe do
Departamento Econômico do BC destacou, ainda, a inadimplência em baixa.
Em outubro, a inadimplência do crédito total foi 2,9%. A
inadimplência do crédito livre, cuja concessão não obedece a normas do governo,
ficou em 4,8%. No crédito total, a taxa é a menor da série histórica do BC,
iniciada em março de 2011. No crédito livre, o patamar ficou esteve próximo a
menor taxa de inadimplência já ocorrida, que foi 4,7% em dezembro de 2013.
Tulio Maciel ressaltou, ainda, que boa parte da alta da taxa
de juros para pessoas físicas, que ficou em 44% ao ano e cresceu 1,2 ponto
percentual ante setembro, decorre do aumento dos juros do cheque especial. A
modalidade registrou juros de 187,8% ao ano, em outubro, com crescimento de 4,5
ponto percentual ante setembro e de 43,3 pontos percentuais em 12 meses. “Um
dos motivos [para a alta dos juros de pessoas físicas] é que a inadimplência do
cheque especial aumentou”, disse. Ele ressaltou que a modalidade deve ser usada
“com parcimônia”.
Com relação às operações de crédito em outubro, que somaram
R$ 2,926 trilhões, Maciel disse que a expansão do crédito comporta-se de forma
“moderada”, conforme as previsões da autoridade monetária. Ele acredita que as
operações fecharão o ano dentro da projeção do Banco Central, que é expansão de
12%. “Em agosto, o crédito crescia a uma taxa de 11,1% [em 12 meses], passou a
11,7% em setembro e agora está em 12,2%. Essa trajetória é consistente com a
nossa projeção”, destacou.
Fonte: Agência Brasil